A empresa Assurê não foi indicada por Rodrigo Botelho Campos para ser a corretora de resseguros de Furnas. Ao menos, esta foi a declaração do próprio Campos, ex-diretor de Gestão Corporativa da estatal Furnas Centrais Elétricas, em seu depoimento na Sub-Relatoria do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios.
Um dos motivos pelos quais Campos está sendo ouvido pela CPI é devido a denúncias publicadas na revista Veja de que teria indicado ao IRB a empresa Assurê para ser a corretora de resseguros de Furnas. Ele disse, porém, que todos os contratos de seguros da estatal foram licitados, e que ele trabalhou na formação de um comitê de seguros dentro da empresa.
Campos também disse que Furnas não tem nenhum contrato com a Assurê, cujo dono, Henrique Brandão, é ligado ao ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e teria influência sobre o IRB.
O ex-diretor contou que, quando da renovação de apólice de seguros a ser feita por Furnas em 2003, fez contatos com o mercado de seguradoras, e constatou que o valor da apólice de Furnas subiria muito, pois a estatal detém usinas hidrelétricas antigas, algumas com até 50 anos, e o índice de sinistros era crescente.
Para baixar o valor das apólices, continuou, a diretoria de Furnas tomou três medidas: redefiniu a lista de equipamentos que seriam segurados, excluindo alguns segundo critérios técnicos; aumentou o valor de algumas franquias, para que algumas máquinas, com repetidos usos de seguro, pudessem ser substituídas, em vez de acionar-se o seguro novamente; e ampliou as alternativas para o resseguro das apólices. O ex-diretor disse que essa terceira medida foi o foco da reportagem de Veja.