Sarney vai às cordas, e crise aumenta no Senado
Congresso em Foco
26/12/2009 6:00
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Edson Sardinha
A crise administrativa do Senado ganhou nome e sobrenome em julho: José Sarney. Uma série de reportagens do jornal O Estado de S. Paulo empurrou o presidente da Casa às cordas. Os atos secretos passaram a concorrer, no noticiário, com denúncias sobre os secretos atos de Sarney. Na Câmara, as investigações sobre a farra das passagens avançavam para isentar os deputados de responsabilidade e culpar apenas servidores pelo uso irregular de dinheiro público.
O Congresso em Foco convidava o leitor a fazer uma incursão pelos 30 anos da revolução sandinista na Nicarágua, comemorados naquele mês. O enviado especial do site mostrou como a esperança e a tristeza se renovavam num dos países mais pobres da América Latina.
A pressão sobre Sarney aumentava a cada dia. Diálogos captados pela Polícia Federal na Operação Boi Barrica revelavam que o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, tentava interferir em indicações e negócios realizados pela Eletrobrás, empresa estatal do setor elétrico, área controlada por seu pai.
O Estadão também denunciava que a Fundação José Sarney - entidade privada instituída pelo presidente do Senado para manter um museu com o acervo do período em que foi presidente da República - desviou para empresas fantasmas e outras da família do próprio senador dinheiro da Petrobrás repassado em forma de patrocínio para um projeto cultural que nunca saiu do papel.
O presidente do Senado rebatia as acusações e dizia ser vítima de uma campanha sórdida cujo objetivo, segundo ele, era enfraquecer seu apoio ao presidente Lula. Mas não conseguia convencer seus pares, que aumentavam a pressão para que ele se afastasse do cargo até que as denúncias fossem esclarecidas. Diante das negativas do maranhense, Psol e PSDB entraram com cinco representações contra o peemedebista no Conselho de Ética.
O Congresso em Foco mostrava que a família do ex-presidente da República colecionava escândalos no poder:
Família Sarney coleciona escândalos no poder (09/07/2009 - 07h44)
A crise de Sarney, em julho:
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A conta secreta de José Sarney - 11/7/2009
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Psol entrará com nova representação contra Sarney - 29/7/2009
PSDB protocola três representações contra Sarney
Sarney, o ausente
O enfraquecimento político de Sarney também se refletia no elevado número de faltas no Senado. Levantamento do Congresso em Foco mostrava que, para permanecer no mandato, o senador deu pouca importância para o plenário. Foi o menos assíduo entre os 81 integrantes da Casa, ao faltar 17 das 60 sessões deliberativas realizadas no primeiro semestre.
Sarney foi o mais faltoso do primeiro semestre
Acossado pela oposição e até por aliados, Sarney tentava demonstrar força ao determinar a instalação imediata da CPI da Petrobras, objeto de disputa entre governistas e oposicionistas. Após forte resistência do PSDB e do DEM, os principais partidos da base de apoio do presidente Lula assumiam o comando das investigações.
PT e PMDB ficam com o comando da CPI da Petrobras
Deputados sob suspeita
As investigações sobre a farra das passagens continuavam na Câmara. A comissão de sindicância apontou nomes de funcionários e ex-funcionários responsáveis pela venda ilegal de passagens das cotas parlamentares. Faltava, ainda, a Corregedoria investigar o envolvimento de deputados nas irregularidades. A leitura do relatório final da comissão mostrava que alguns congressistas deviam muitas explicações sobre como usavam os bilhetes aéreos pagos com dinheiro público.
As primeiras 33 páginas do relatório da comissão de sindicância da Câmara dos Deputados sobre o comércio de cotas de passagens aéreas dos parlamentares eram divulgadas. O grupo de trabalho pediu a abertura de processos contra 44 servidores e ex-servidores da Casa, além de recomendar que a Corregedoria investigue a eventual participação de deputados no esquema.
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Nicarágua
Três décadas depois de a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) tomar a praça principal de Manágua, ocupar o palácio do governo e sacramentar a vitória contra o ditador Anastasio Somoza, o Congresso em Foco foi à capital nicaraguense para registrar as comemorações da data histórica. Um registro histórico - de personagens anônimos e outros nem tanto, da Nicarágua e do Brasil.
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