Tucano quer CPI exclusiva para grampo no STF
Congresso em Foco
1/9/2008 | Atualizado às 18:52
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O vice-líder do PSDB na Câmara, Otávio Leite (RJ), anunciou há pouco a idéia de criar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar exclusivamente o rastreamento telefônico no gabinete do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Gilmar Mendes, denunciada na edição desta semana da revista Veja. Mesmo com um colegiado já instalado para tratar da questão dos grampos – a CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas –, Otávio considera que, diante do “absurdo” que representaria a denúncia, a atuação de outra CPI se faz necessária.
“Esse é um caso específico de invasão de privacidade no Supremo Tribunal Federal, e no gabinete do presidente da corte. Ele foi espionado, isso é muito sério”, disse o deputado tucano, para quem o episódio, uma vez devidamente investigado, trará á tona “muitos outros casos”.
Segundo a matéria da Veja, um funcionário da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) entregou à revista um diálogo entre o ministro e o senador goiano Demóstenes Torres (DEM). “Não pode o presidente da mais alta corte ter o seu escritório grampeado”, completou o parlamentar, para quem “está em jogo a democracia brasileira”.
Ao Congresso em Foco, Otávio adiantou que, na reunião de bancada a ser realizada amanhã (2), na Câmara, levará a proposta aos parlamentares tucanos. Ele disse ainda que a apresentação de um requerimento formal da proposta vai depender dessa conversa. “Se não prosperar no nível da Câmara, que se faça no Senado”, sugeriu Otávio, acrescentando que as dúvidas sobre o caso precisam ser dirimidas. “Quem está por trás desse grampo? A mando de quem?.”
Mais cedo, uma reunião entre Gilmar Mendes e o presidente Lula terminou sem muitos esclarecimentos à imprensa. Interlocutores do Palácio do Planalto disseram que o ministro do STF não estaria contente com apenas a abertura de sindicância interna na Abin para apurar responsabilidades, e teria exigido punição imediata aos responsáveis pelo grampo. O assunto volta a ser debatido hoje (1º), na reunião de coordenação política do governo. (Fábio Góis)
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