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Congresso em Foco
23/6/2008 | Atualizado às 17:51
O deputado Luciano Castro (PR-RR) voltou a negar, na tarde desta segunda-feira (23), envolvimento com a rede de pedofilia desbaratada pela Operação Arcanjo, da Polícia Federal (PF), em Roraima. O nome do parlamentar apareceu em depoimento de uma menor (13 anos) que afirmou ter tido relações sexuais com o deputado.
Em sua defesa, Castro afirma que a denúncia foi implantada por opositores e que a questão é política, motivada pelas eleições municipais. O parlamentar é candidato à prefeitura de Boa Vista pelo Partido Republicano e concorre, entre outros, com o atual prefeito Iradilson Sampaio de Souza (PSB-RR), que deve se candidatar à reeleição.
“Eu sempre fui correto nas minhas coisas. Essa questão transcende a questão de ser deputado ou não. Isso é uma coisa que atinge muito a imagem de um homem. E não é a imagem de um homem público, é de um pai de família. Minha dignidade é muito maior que isso [as eleições]”, disse.
O parlamentar rechaça as informações prestadas pela menor que afirmou ter se encontrado com ele em um bar perto da Universidade Federal de Roraima. “Eu não freqüento bar nenhum. Eu não gosto. Todo mundo em Roraima sabe, são 18 anos de vida pública”, defendeu.
No depoimento da jovem, o ex-procurador geral de Roraima Luciano Queiroz da Silva, preso pela PF no início da Operação, também aparece como freqüentador do bar. “As coisas são muito frágeis. Chama o dono do bar e pergunta se eu sou freqüentador de lá. Certamente ele vai negar”, afirmou Castro.
Segundo o parlamentar, o depoimento da menor foi prestado ao Conselho Tutelar de Boa Vista. Castro afirma que o conselheiro Tarcísio Vital do Amaral, responsável pelo caso, tem ligações estreitas com a prefeitura, o que configuraria, de acordo com o líder do PR, “evidência clara” de motivação política da denúncia.
A assessoria do Conselho informou que Tarcísio está de férias e que, por isso, não poderia responder à acusação do deputado.
“Eu não estou fazendo juízo de valor, só estou falando de fatos”, argumenta Castro. “Essa menina que prestou o depoimento é nascida em Morada Nova (CE). O conselheiro Tarcísio também é de Morada Nova”, acusa.
Investigações
Luciano Castro teve acesso à citação dias antes da entrevista coletiva em que o Ministério Público de Roraima divulgou o caso à imprensa. Ele afirma que, assim que teve conhecimento do fato, procurou o ministro da Justiça, Tarso Genro, e pediu que fossem realizadas todas as investigações cabíveis. “Eu disse ao ministro Tarso Genro que investiguem tudo, mas que investiguem também a autoria da denúncia”, defendeu.
O parlamentar firma sua defesa em uma certidão, expedida no sábado (21), pelo próprio MP, um dia depois da coletiva. No documento, o órgão afirma “não existir até o presente momento, qualquer prova escrita ou por meio eletrônico que ateste a participação direta do deputado no caso”.
“Não há uma única evidência escrita, fotográfica, filmagem, telefone. Não há nada, nada de nada. O que mais me estranhou é que eles dizem que têm mais cinco envolvidos, mas só lembraram o meu nome. Não fizeram questão de demonstrar os outros nomes”, retrucou.
A 2ª Vara Criminal de Roraima encaminha hoje (23) ao Supremo Tribunal Federal (STF) cópias do processo que investiga a suposta rede de pedofilia e que cita o nome do deputado federal. Por ter foro privilegiado, compete ao STF investigar ou não a possível participação do parlamentar no caso. (Renata Camargo)
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