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Congresso em Foco
12/7/2007 | Atualizado às 20:25
Diversos senadores pediram que a Mesa Diretora da Casa se reúna ainda hoje com o propósito de enviar à perícia da Polícia Federal os documentos apresentados pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Congresso. Apenas a Mesa pode determinar o envio dos documentos à PF.
No início da tarde, o Conselho de Ética encaminhou à Mesa o pedido para que a Polícia Federal conclua a perícia nos documentos apresentados por Renan. (leia mais)
Ele responde a um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado. O parlamentar é acusado de ter despesas pagas por um lobista.
O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) apresentou um requerimento no nome de diversos parlamentares para que o vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), que preside a sessão no momento, convocasse uma reunião da Mesa Diretora do Senado, mesmo sem o consentimento de Renan.
O petista disse que não poderia atender ao requerimento, tendo em vista que Renan se encontra nas dependências do Congresso e continua a exercer plenamente as suas funções. “Não me sinto com poderes de destituir o presidente do Senado de suas atribuições”, disse.
O senador Tasso Jereissati (CE), presidente nacional do PSDB, afirmou que Renan “não tem mais condições” de presidir o Senado. O tucano e o líder do DEM, José Agripino (RN), lideraram uma retirada de parlamentares da sessão após o confirmação de que a Mesa não mais se reuniria hoje.
“Renan não deveria decidir nada sobre este processo”, afirmou o senador Renato Casagrande (PSB-ES), um dos relatores do processo contra Renan no Conselho de Ética. Por sua vez, um outro relator do processo, Almeida Lima (PMDB-SE), criticou a intenção de se convocar ainda hoje uma reunião. O peemedebista quer mais tempo para analisar documentos.
Almeida Lima ironizou os senadores que pediam urgência para a reunião da Mesa: “Instalem uma fogueira na frente do Congresso Nacional e toquem fogo no presidente”.
Reunião na próxima semana
Renan convocou reunião da Mesa Diretora para a próxima terça-feira (17). O encontro será presidido pelo senador Tião Viana. O parlamentar alagoano argumenta que recebeu três documentos que precisam ser analisados. Ele negou que esteja procurando atrasar as investigações.
“Ninguém tem mais interesse que esse processo corra rápido do que eu. Quero provar a minha inocência”, disse.
Renan aproveitou a oportunidade para alfinetar Agripino, que concorreu contra ele na disputa pela presidência do Senado em fevereiro deste ano e que exige que a Mesa do Senado se reúna ainda hoje. “Só marca a reunião quem ganhou a eleição Quem tem 28 votos não marca eleição”, disse.
Aliada também pede afastamento
A senadora Patrícia Saboya (PSB-CE) foi a primeira integrante da base do governo a pedir o afastamento do presidente do Senado. Em discurso no plenário agora há pouco, ela disse que Renan errou desde o primeiro momento do processso quando fez sua defesa sem sair da cadeira da presidência. De acordo com a parlamentar cearense, ele deveria ocupar a tribuna no seu primeiro discurso de defesa há 45 dias.
"Só aqueles que fazem a defesa do presidente estão sendo intransigentes e querem enforcar o senador Renan", disse a senadora do PSB. "Se ele tem amor e respeito por essa Casa como diz, o senador deve se afastar do cargo", completou. Segundo Patrícia, o Brasil e o Senado estão "no limite da paciência". A senadora também defendeu que a reunião da Mesa Diretora deve acontecer ainda hoje para decidir sobre uma nova perícia da Polícia Federal nos documentos apresentados pelo presidente do Senado.
Ética
O senador Inácio Arruda (PcdoB-CE) foi um dos únicos a encarar a defesa de Renan Calheiros e levantou em dois apartear a tese de que o caso já faz parte da "batalha política". "Não se trata de questão de ética. São pouco, pouquíssimos que têm como levantar a voz", disse Arruda. "Isso é porque não conseguiram atingir o presidente Lula e isso vem desde 2005".
"Se querem entrar na batalha política, o terreno é outro", completou o senador cearense. Por sua vez, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) criticou Inácio ao afirmar que ele usou “um argumento falso ao dizer que poucos podem falar de ética”.
O pedetista afirmou que votou em Renan, mas disse que o peemedebista deve “se licenciar do cargo enquanto o Conselho de Ética cumpre o seu papel”.
Batalha política
O senador Garibaldi Filho (PMDB-RN) fez o seguinte questionamento: “Como é que 81 senadores não conseguem dar a esse julgamento o seu devido curso?”.
Segundo o senador potiguar, no Senado “ninguém pode atirar a primeira pedra”. Garibaldi também declarou que “é chegada a hora desta investigação caminhar”. “Do jeito que vai, ela não vai chegar a veredicto nenhum. Do jeito que está, ela vai se transformar em uma batalha política”.
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), ressaltou ser adepto “à política de caça às bruxas”, mas defendeu, mais uma vez, o afastamento de Renan da presidência do Senado.
Calma
A líder do PT, Ideli Salvatti (SC) pediu calma aos colegas. “É necessário que se baixa a temperatura”, disse. De acordo com ela, o Senado está se transformado em um “verdadeiro ringue”.
Vigília
Os senadores que pedem o afastamento de Renan até a conclusão das investigações anunciaram que vão obstruir as votações. Eles também pretendem fazer uma vigília na próxima terça para pressionar que a Mesa Diretora envie à Polícia Federal os documentos apresentados por Renan. "Se não acompanharmos de perto os atos da Mesa e do Conselho de Ética a coisa não vai andar", afirmou o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE). (Rodolfo Torres, Lucas Ferraz e Lúcio Lambranho)
(Matéria atualizada às 19h45)
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