Análise de Dirceu

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu defendeu hoje (3), no município paulista de São Roque, que abriga uma reunião a portas fechadas do Campo Majoritário do PT, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). De acordo com reportagem do portal G1, Dirceu afirmou que o plano fará uma "revolução silenciosa" no país.

Dirceu, que teve o mandato de deputado cassado em 2005 devido ao escândalo do mensalão, também pregou a integração da América Latina e enalteceu os "avanços da esquerda", citando o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, abriu o encontro ontem (2) à noite.

José Dirceu falou por cerca de uma hora na abertura do segundo dia do seminário "O Brasil que queremos", para uma platéia formada em sua maioria pelo PT paulista.

Também compareceram ao evento outros acusados de envolvimento no escândalo do mensalão, como o deputado João Paulo Cunha e o ex-deputado Professor Luizinho.

O encontro termina amanhã (4), e será redigido um documento com propostas para o 3º Congresso da história do PT, em meados deste ano. O Diretório Nacional do PT se reunirá no próximo fim de semana em Salvador.

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PMDB cobra cinco ministérios

Agora, o PMDB vai cobrar o crédito em ministérios. O partido amanheceu agitado ontem, semelhante aos amigos que um dos personagens de Chico Buarque anuncia à mulher, na música Feijoada completa: 'Eles vão com uma fome que nem me contem; eles vão com uma sede de anteontem.' A fome é por cinco ministérios. As informações são do repórter João Domingos do jornal O Estado de S.Paulo.

O PMDB, segundo a reportagem, quer manter Comunicações, Minas e Energia e Saúde e receber outros dois, igualmente enormes - Integração Nacional e Transportes. Juntos os cinco ministérios movimentarão R$ 70 bilhões em 2007.

MP-SP vai investigar instituto de FHC

O Ministério Público do Estado de São Paulo instaurou um procedimento para investigar uma doação de R$ 500 mil feita pela  Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) ao Instituto Fernando Henrique Cardoso. Com o objetivo de organizar, catalogar e digitalizar seus arquivos, o instituto, que não tem fins lucrativos, foi criado por FHC assim que ele deixou a Presidência. A notícia foi publicada neste sábado pelos jornais Folha.de S. Paulo e O Estado de S.Paulo.

De acordo com a Promotoria da Cidadania, será investigado se a doação causou algum prejuízo ao erário e se houve improbidade administrativa e má gestão pública. A assessoria de imprensa do ex-presidente informou que Fernando Henrique apóia a iniciativa do Ministério Público e se sente tranqüilo, pois sabe que os procedimentos foram totalmente legais.

O Instituto FHC diz que doação da Sabesp é legal e que abrirá ao MP paulista todos os documentos acerca da doação Segundo o iFHC, instituição sem fins lucrativos e apartidária, o ex-presidente "considera que o MPE está cumprindo o seu papel institucional e recebeu com tranqüilidade a informação de que a Promotoria de Justiça da Cidadania instaurou procedimento para investigar se o repasse é legal."

O iFHC, segundo sua assessoria, destacou que recursos financeiros foram captados em dezembro junto a empresas, como a Sabesp, ao amparo da Lei Rouanet, que permite esse tipo de operação envolvendo companhias públicas.

"O iFHC manteve-se no estrito cumprimento das determinações legais, seja em relação à Lei Rouanet, seja da Lei 4.344, que faculta a qualquer entidade ou pessoa física mantenedora de acervos documentais privados de presidentes buscar apoio financeiro e técnico do poder público para projetos de fins educativos, científicos e culturais", diz nota oficial que o iFHC divulgou ainda quando a doação foi revelada.

A entidade diz ter apresentado projeto ao Ministério da Cultura "visando a captação de verbas para a organização, catalogação e digitalização do Arquivo Presidente Fernando Henrique Cardoso, projeto aprovado em dezembro de 2004, 'no curso do primeiro mandato do atual presidente".

Em cerimônia judaica, Lula condena holocausto

O presidente Lula participou ontem (2) do cabalat shabat, cerimônia que marca o início do descanso judaico, na sinagoga da Congregação Israelita Paulista, em São Paulo. O culto também homenageia o Dia Internacional de Recordação do Holocausto, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Lula usou uma kipá (pequeno chapéu usado pelos judeus) e fez um discurso em que rendeu homenagens às vítimas do holocausto e ressaltou que a Polícia Federal investiga ações criminais anti-semitas e racistas na internet. “Agiremos sem trégua contra qualquer forma de intolerância”, afirmou.

O presidente também afirmou que o Brasil foi co-patrocinador de uma resolução da ONU que condena qualquer negação do Holocausto como fato histórico. “Homenagens às vítimas ampliam as forças para impedir que esses horrores se repitam”, complementou. “Temos que afirmar que nunca mais haverá holocausto na face do nosso planeta”, disse.

O culto foi celebrado pelo rabino Henri Sobel. Também participaram o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o governador da Bahia, Jacques Wagner (PT), e o presidente da Confederação dos Bispos do Brasil, o cardeal Dom Geraldo Magella.