Conversa ao telefone entre o advogado Juvenil Alves, deputado federal eleito de Minas pelo PT que teve a diplomação suspensa pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) na sexta-feira (1), e o deputado estadual petista Durval Ângelo (PT), líder católico e defensor dos direitos humanos, agravou as suspeitas do Ministério Público Eleitoral de que tenha ocorrido caixa dois na campanha do petista, preso no último dia 23 pela Polícia Federal durante a Operação Castelhana.
"A nossa campanha já está em quase 5 milhões, quem arruma dinheiro sou eu, sô", teria afirmado Juvenil a Ângelo, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo. Nesse diálogo, os dois foram flagrados combinando um evento para arrecadar R$ 300 mil para realização de uma boca-de-urna.
Entretanto, nas eleições deste ano, Juvenil só prestou contas à Justiça Eleitoral no valor de R$ 415,2 mil, ou seja, 8,3% do valor citado na conversa.
O ministério acredita que Juvenil colocou recursos próprios na campanha, sem o registro obrigatório, e que houve arrecadação anterior à data permitida para captação. Doações ocultas descobertas pelo órgão, no total de R$ 460 mil, "repassadas aos poucos", foram registradas sob o código "Terrazzo", que pode ser uma referência ao Terrazzo Esmeralda, empreendimento luxuoso em Belo Horizonte, construído pela Líder (Juvenil é genro de Carlos Carneiro Costa, presidente da empresa).