A Polícia Federal (PF) descobriu que até uma pai-de-santo e um cabeleireiro faziam parte da folha salarial da Assembléia Legislativa de Rondônia. Na sexta-feira, a operação Dominó da polícia prendeu vários acusados de integrarem uma quadrilha que desviava recursos das folhas de pagamento da Casa.
O umbandista Pai Nelson (incluído na folha por Márcia Scheffer, que é mulher do presidente da Assembléia, José Carlos de Oliveira, filiado ao PSL) e o cabeleireiro Odail Pereira Lima, mais conhecido como Rambo, recebiam parte do salário e o restante era embolsado pela quadrilha.
Num dos diálogos, gravado pela PF em 31 de dezembro, Rambo, que trabalha no salão Black White Studio, passa os dados pessoais a um dos integrantes da quadrilha para serem colocados na folha de pagamento. Logo depois, os dados do cabeleireiro foram repassados à área de recursos humanos da Assembléia.
Documentos apreendidos revelam que o salário registrado era de R$ 7 mil, mas Rambo recebia menos do que R$ 2 mil. E, mesmo assim, tinha de justificar o ganho atendendo a família no salão. "Faço em média dez atendimentos por mês", disse.
De acordo com a polícia, na Assembléia, 23 dos 24 deputados estariam envolvidos no esquema. Dentre os integrantes da quadrilha presos, estão o presidente do Tribunal de Justiça de Rondônia, Sebastião Teixeira Chaves, o presidente da Assembléia, Carlão de Oliveira, o ex-procurador-geral de Justiça José Carlos Vitachi e o ex-chefe da Casa Civil Carlos Magno Ramos (PPS), que é candidato a vice-governador na chapa do governador Ivo Cassol (PPS).