O presidente Lula, candidato à reeleição, defendeu ontem em Olinda (PE) uma reforma política como o único meio de acabar com os escândalos de corrupção no Brasil. Lula se referia aos escândalos do mensalão e dos sanguessugas que atingiram o poder legisltativo.
Lula disse que os casos vão se repetir, se nada for feito. "Nós precisamos mexer nessa ferida chamada política brasileira", afirmou. Foi no mandato dele que vieram à tona os escândalos do mensalão e dos sanguessugas. Ontem, o presidente atribuiu essas crises basicamente aos problemas do sistema político.
"Não pensem que o erro de cada um é individual ou partidário. O que acontece são os acúmulos de deformações que vêm da estrutura política do nosso país", afirmou a uma platéia de cerca de 300 pessoas, entre políticos e intelectuais, que estavam reunidos para discutir propostas de sua candidatura para o Nordeste.
"Ou nós temos a coragem de mudar isso com uma certa profundidade ou nós, daqui a 20 anos, estaremos amargando as mesmas coisas que estamos lamentando hoje", concluiu.
Lula não chegou a dizer como seria a reforma política, mas disse que pretende fazer, caso seja reeleito, mexer nas "estruturas partidárias do país", o que incluiria "desde a mudança no regimento interno" do Congresso "até a discussão de mandato de pessoas, até a existência ou não de partidos-laranja e partidos de verdade".