Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
21/8/2006 | Atualizado 22/8/2006 às 0:00
Ronaldo Brasiliense
Que ninguém se engane: se o presidente Lula se reeleger e o PMDB eleger a maior parte dos governadores e fizer grandes bancadas na Câmara dos Deputados e no Senado, como mostram as pesquisas eleitorais mais recentes, Lula será refém do PMDB até o final de seu segundo mandato, em 31 de dezembro de 2010.
Vejo soberba e confiança em excesso nas apressadas declarações de Lula - que age como se já estivesse eleito - e de dirigentes peemedebistas, que já anunciam que exigirão, num futuro governo de coalizão, pelo menos oito ministérios. E de porteira fechada. Ou seja, se indicar o ministro da Saúde - que bem poderia ser o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), que entende muito de ambulâncias -, o PMDB levará junto o comando da Fundação Nacional de Saúde, da Vigilância Sanitária, de todas as delegacias regionais do MS e a direção de todos os hospitais federais, fundações e autarquias ligadas à pasta.
O mesmo aconteceria no Ministério da Integração Nacional, talhado para ser repassado ao deputado federal Jader Barbalho (PMDB-PA), integrante do comando nacional da campanha de Lula, que, como registrou recentemente O Globo, pode dar uma aula aos new aliados petistas sobre ética na política.
Como ministro da Integração, Jader Barbalho poderia indicar novamente o superintendente da Sudam - que está sendo recriada pelo governo Lula - e, de lambuja, levar aliados para a chefia da Sudene, da Sudeco e da Suframa. Além de outros penduricalhos, como a presidência da Eletronorte, hoje já ocupada por um antigo aliado, o engenheiro Carlos Nascimento.
O ex-governador de Minas Gerais Newton Cardoso, o Newtão, candidato do PMDB ao Senado com o apoio de Lula e do PT, certamente também terá seu quinhão no futuro governo lulista, quem sabe indicando seu colega Hélio Costa (PMDB-MG) para permanecer à frente do Ministério das Comunicações.
E Orestes Quércia (PMDB-SP), que se lançou candidato ao governo de São Paulo incentivado pelo presidente Lula, para tentar tirar a anunciada vitória do tucano José Serra no primeiro turno, alavancando a candidatura capenga do senador Aloizio Mercadante (PT-SP)? Por certo, não será esquecido. Quem sabe ele mesmo não ocupará um ministério.
O ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), provavelmente reeleito para mais um mandato de oito anos pelo Amapá, deverá manter seu aliado Silas Rondeau à frente do Ministério das Minas e Energia. E o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ampliará seu poder na Esplanada dos Ministérios indicando alguns apadrinhados de sua república de Alagoas.
Também devem ser aquinhoados com cargos o governador Germano Rigotto (PMDB-RS), que posou ao lado de Lula em território gaúcho, onde o PT concorre contra Rigotto com o petista histórico Olívio Dutra, com a camisa do Internacional, campeão da Taça Libertadores das Américas.
Roberto Requião (PMDB-PR), lulista histórico dentre os peemedebistas, ganhando ou perdendo no Paraná, também não será esquecido.
Lembrem-se ainda do deputado Genebaldo Corrêa (PMDB-BA), aquele apelidado pelo ex-presidente Itamar Franco de "percevejo de gabinete". Ex-aliado incondicional de Fernando Henrique durante os oito anos de seu reinado, ele é agora lulista de carteirinha. Com certeza, bem ao seu feitio, também vai reivindicar uns carguinhos.
Com mais alas do que a escola de samba da Mangueira, o PMDB certamente sairá fortalecido das eleições de outubro. Perderão, se Lula realmente for reeleito, figurinhas carimbadas como o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz e políticos decentes como os ex-governadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), entre outros que optaram pela candidatura do chuchu tucano Geraldo Alckmin.
Mas, como se pode observar, a conta que Lula terá de pagar ao PMDB em seu provável futuro governo, com certeza, será alta, muito alta.
Salve-se quem puder!
PEC da Blindagem
Protestos deste domingo dividem reação de parlamentares nas redes
RELAÇÕES EXTERIORES
Estados Unidos impõem sanções contra esposa de Alexandre de Moraes
PEC da Blindagem
Ato contra PEC da Blindagem mobiliza manifestantes em Brasília