A divulgação dos nomes dos parlamentares suspeitos de envolvimento no esquema de venda de ambulância superfaturada a prefeituras tem gerado muitas críticas de congressistas insatisfeitos com o trabalho da Justiça. Na última quinta-feira, a procuradoria da Câmara entrou com uma representação no Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região contra o juiz federal Jeferson Schneider, que preside os inquéritos sobre o caso.
Elaborado pelo procurador da Câmara, deputado Ney Lopes (PFL-RN), o documento afirma que "não se pode permitir que pessoas, com a presunção de honestidade ilibada até prova em contrário, sejam execradas injustamente sem que haja dados concretos e aferidos quanto ao envolvimento ou não nos fatos sob investigação".
Na representação, Ney Lopes pede que o TRF apure as responsabilidades pelo vazamento das informações da investigação, que corre em segredo de Justiça. O procurador também pede que o tribunal verifique a "legalidade, legitimidade e correção dos procedimentos adotados" pelo juiz Schneider, que atua na 2ª Vara Federal do Mato Grosso.
Caso seja comprovada a culpa do juiz Jeferson Schneider, Ney Lopes informou que irá denunciá-lo ao Conselho Nacional de Justiça. "Quero saber por que ele mandou para Deus e o mundo procedimentos inacabados. Na hora que ele mandou, o fato tornou-se público e notório".
O juiz enviou a lista com o nome de 62 deputados federais citados na investigação da Polícia Federal à Câmara, ao Senado, a ministros do Supremo Tribunal Federal, a procuradores e aos ministérios da Saúde e do Desenvolvimento. A lista acabou sendo divulgada pela imprensa. O juiz disse que só irá se pronunciar após ser notificado sobre a representação