O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), exigiu hoje, em plenário, que o presidente Lula demita o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, ou o obrigue a retirar as declarações feitas hoje contra o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, candidato tucano à Presidência da República.
"Devemos cortar o diálogo com o governo que tem um homem que faz uma bobagem deste tamanho", afirmou Jereissati. "Eu peço que o presidente o obrigue a desmentir ou peça a sua demissão (de Tarso Genro)", acrescentou.
Tarso criticou nesta quarta-feira a postura de Alckmin, que ontem afirmou que se o Planalto pretende ajudar a combater a violência em São Paulo, deve liberar recursos para a segurança pública. Sem levar em conta que o atual governador do estado é Cláudio Lembo (PFL), o ministro afirmou não se pode jogar a culpa dos ataques no governo federal e disparou que Alckmin preferiu negociar com os criminosos a aceitar a ajuda da Força Nacional de Segurança para combatê-los.
"O governo paulista, o governo do senhor Alckmin, parece que preferiu negociar com criminosos a aceitar a ajuda do governo", afirmou Tarso. "Ele (Alckmin) tem o direito de não aceitá-la (a ajuda do governo federal), mas ninguém tem o direito de transferir responsabilidades e declinar de sua responsabilidade diante do povo de São Paulo, justamente alguém que disse ter dado um choque de gestão", continuou o ministro.
Além de Jereissati, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), também cobrou explicações sobre as críticas de Tarso e afirmou que os oposicionistas irão obstruir a pauta de votações do Senado até que o ministro retifique suas declarações.
Em suas afirmações, Tarso referiu-se a uma comitiva do governo paulista que foi ao interior do estado no último domingo para reunir-se com líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), responsável pela onda de violência em São Paulo no durante o fim de semana. Suspeita-se de que houve negociações com os criminosos para que as rebeliões e os ataques fossem suspensos.
Hoje, o secretário de Administração Penitenciária de São Paulo, Nagashi Furukawa, admitiu que o PCC apresentou condições para pôr aos conflitos e que houve uma reunião entre representantes do governo e o líder da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola. Porém, negou qualquer acordo entre as partes.