Secretários de Segurança Pública de todo o país manifestaram hoje apoio à decisão do governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), de recusar a ajuda do governo federal para conter a onda de violência que atinge o estado desde sexta-feira.
O presidente do Colégio Nacional dos Secretários de Segurança Pública (Consesp), Glauberto Bezerra, disse que a decisão de aceitar a oferta federal é exclusiva do governo estadual. Bezerra reconheceu que acabou se tornando uma questão política aceitar ou não a ajuda federal. Mas ressaltou que, como técnicos, os secretários da área não podem se envolver nessa questão partidária.
Bezerra também defendeu a aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que vincula 15% do Orçamento Geral da União a gastos com segurança pública. A proposta, em tramitação no Senado, também determina que 7% dos recursos dos estados e 1% dos municípios sejam destinados à área. Segundo ele, a aprovação significa "carimbar uma verba, a exemplo do que ocorre com a educação e a saúde, para a segurança pública".
Os secretários se reuniram nesta terça-feira, em Brasília, para discutir medidas de reforço à segurança pública nos estados, em reação à onda de violência que atingiu São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. Ontem, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse que 4 mil homens da Força Nacional de Segurança estão de prontidão e poderiam ser enviados para São Paulo a qualquer momento.
Homens do Exército também oferecidos para reforçar a segurança no estado. Mas o governador paulista recusou a oferta, numa postura que recebeu críticas inclusive de lideranças do seu partido e do PSDB no Congresso.