Responsável pela onda de ataques que mataram mais de 80 pessoas em São Paulo nos últimos quatro dias, o Primeiro Comando da Capital (PCC) quer eleger em outubro um deputado federal e outro estadual para defender seus interesses no Poder Legislativo.
A facção vem investindo na campanha os R$ 700 mil arrecadados por mês com os "integrantes financeiramente estruturados". O Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) tenta identificar os possíveis candidatos, segundo a
Agência Estado.
A polícia descobriu que o PCC empresta dinheiro para quadrilhas e cobra com juros e correção monetária. Nas prisões, a facção conta com pelo menos 130 mil homens, além de um exército de 10 mil "soldados" nas ruas. Considerando que cada detento tem pelo menos três parentes, o número de familiares chega a 390 mil, o suficiente para eleger parlamentares.
O estatuto da facção, escrito por Mizael Aparecido da Silva, o Miza, um dos oito fundadores da facção, tem forte teor político. Antes de ser assassinado na prisão, em fevereiro de 2002, ele escreveu uma carta para parceiros presos em Bangu 1 (RJ), pregando um megaevento nacional, ou seja, uma rebelião em vários estados, além de atentados e assassinatos de políticos do PSDB e jornalistas, com a ajuda do aliado Comando
Vermelho (CV).