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Congresso em Foco
6/5/2006 | Atualizado 7/5/2006 às 4:59
Diante da revelação do assassinato encomendado de um jornalista, que investigava o esquema de compra superfaturada de ambulâncias, a Associação Nacional de Jornais divulgou nota oficial, reclamando da falta de proteção aos profissionais que apuram informações para levá-las ao público.
Nas investigações da Operação Sanguessuga, a Polícia Federal registrou duas conversas em que integrantes da bancada da fraude tramam a morte de pelo menos duas pessoas. Uma delas é o jornalista Lúcio Vaz, do Correio Braziliense. Num dos diálogos, o empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, um dos donos da empresa Planam, suposto chefe da organização criminosa, acerta com Francisco Machado Filho, o Chico, assessor do deputado Nilton Capixaba (PTB-RO), a morte do jornalista.
Na conversa, gravada no início da tarde do dia 23 de dezembro, Vedoin pergunta a Chico se um repórter do Correio estava mesmo em Rondônia. O jornalista estaria fazendo uma reportagem sobre direcionamento de verbas do Orçamento da União para compra fraudulenta de ambulâncias.
Veja o teor da nota da ANJ:
"A Associação Nacional de Jornais (ANJ) manifesta grande preocupação com a notícia, hoje tornada pública, de que integrantes de um grupo acusado pela Polícia Federal de participar de esquema de fraudes em compra de ambulâncias por prefeituras tramavam a morte de jornalista do 'Correio Braziliense' que investigava o assunto.
"A preocupação é ainda maior diante do fato de que a Polícia Federal, mesmo tendo conhecimento do fato desde o final do ano passado, não tomou nenhuma providência no sentido de assegurar a integridade física do jornalista.
"A ANJ considera que as autoridades policiais têm a obrigação de garantir a segurança desse e qualquer outro profissional de jornalismo que esteja correndo risco em função do trabalho de levar informação ao público. Os meios de comunicação e seus profissionais cumprem papel social fundamental quando reportam casos como esse e devem por isso ser protegidos.
"Esperamos que as investigações resultem no perfeito esclarecimento dos fatos, com a punição dos culpados, e que os jornalistas tenham sempre a necessária segurança para desenvolver seu trabalho.
Associação Nacional de Jornais"
Segue o diálogo, ocorrido às 15h38 do dia 23 de dezembro de 2005, entre Vedoin e Chico, assessor do deputado Nilton Capixaba:
Luiz Antônio - ...E o jornalista, deu as caras ou não?
Chico - Ele me falou... ele falou que... que... que tava, que tava lá; que ele tinha chegado lá em Rondônia, né?
Luiz Antônio - E tava... procurou alguém, fez alguma coisa lá?
Chico - Não, procurou ninguém não. Procurou ninguém não!
Luiz Antônio - Podia arrumar um jeito de mandar matar o cara lá, o que que cê acha?
Chico - Eu também acho que é uma boa (os dois riem)
Luiz Antônio - Que que cê acha? Vou falar pra um amigo meu aí, vou ver se ele tá por lá; três em um lá, vou ver se esse cara agüenta ficar dez minutos debaixo d'água. Hã? Que que cê acha?
Chico - Num sei, uai.
Luiz Antônio - Será que ele agüenta?
Chico - Eu acho que não agüenta não.
Luiz Antônio - Vou ver, 15 minut... vão ver se ele consegue ficar 15 minutos debaixo d'água.
Chico - Tá bom então.
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