A Comissão de Anistia do governo aprovou ontem o pagamento de indenização, no valor de R$ 100 mil, ao ex-deputado federal Jose Genoino (PT-SP), afastado ano passado da presidência do partido após a denúncia do mensalão.
Genoino foi indiciado pelo Ministério Público Federal como integrante da "quadrilha" que desviou recursos públicos para favorecer aliados políticos do governo federal. Também é acusado de contribuir para a lavagem de dinheiro ao assinar empréstimos concedidos ao PT pelos bancos BMG e Rural com o objetivo de legalizar transações irregulares feitas pelo empresário Marcos Valério.
Segundo matéria publicada hoje no jornal O Globo, assinada por Evandro Éboli, Genoino, que participou da luta armada contra o regime militar, não compareceu à sessão de ontem da Comissão de Anistia. O repórter relata que "a sessão virou um ato de desagravo ao petista, com discursos em sua defesa". A comissão aprovou indenização em favor de outros 11 ex-militantes da guerrilha do Araguaia.
Ex-líder estudantil, Genoino militou no PCdoB, que, em 1972, deu início à guerrilha do Araguaia, na região Norte do país, com a intenção de disseminar focos armados na zona rural, capazes de desestabilizar o governo militar. As operações foram inteiramente sufocadas pelo Exército quatro anos depois. Genoino foi preso e, com os direitos políticos recuperados, exerceu vários mandatos como deputado federal. Em 2002, foi derrotado por Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa pelo governo de São Paulo.