O chefe do setor financeiro da empresa aérea Skymaster, Reginaldo Reges Menezes Fernandes, confirmou hoje em seu depoimento à CPI dos Correios que retirou R$ 4,3 milhões das contas da empresa. Ele disse várias vezes, no entanto, que apenas cumpria ordens. "Eu sou simplesmente um funcionário e cumpro ordens do meu diretor. O meu papel de empregado foi feito corretamente", disse Fernandes, durante depoimento na sub-relatoria de Contratos da CPI. O diretor citado por Reginaldo Reges é o diretor-financeiro da Skymaster, João Marcos Pozzetti, a quem o dinheiro era entregue.
Alguns parlamentares, no entanto, mostraram ceticismo face à versão de Reginaldo Reges. O senador César Borges (PFL-BA), por exemplo, disse que não acredita que o funcionário não soubesse do destino do dinheiro sacado por ele e pelo motorista Éder Jouber Ribeiro Cabo Verde, também da Skymaster. Na opinião do deputado Geraldo Thadeu (PPS-MG), os funcionários da empresa aérea fazem parte de uma quadrilha. Um pouco mais branda com os inquiridos, a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) acredita que os depoentes foram usados. "As quadrilhas usam pessoas como o senhor", afirmou.
Nova data
Reginaldo Reges teve novo depoimento marcado para o dia 17 de janeiro, uma quarta-feira. No mesmo dia, também estão marcados os depoimentos do advogado Marcus Valerius Pinto Pinheiro de Macedo, suposto funcionário da Skymaster, e do segurança Francisco Marques Carioca. O segurança confirmou ter feito 27 saques no valor total de R$ 1,036 milhão das contas da Skymaster, entre fevereiro de 2000 e julho de 2001, a pedido de Marcus Valerius.