Em reunião da CPI dos Correios nesta quinta-feira, parlamentares protestaram contra a declaração do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, de que ainda não há motivos para prender o empresário Marcos Valério de Souza. O relator-adjunto da comissão, deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ), chamou o procurador-geral - única autoridade que pode requerer a detenção de Valério - de "engavetador".
Mais comedido, o relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse que Souza foi precipitado. Por sua vez, o presidente da CPI, senador Delcidio Amaral (PT-MS), tentou pôr panos quentes no bate-boca entre a comissão e o Ministério Público via imprensa. Delcídio destacou ainda que eram posições pessoais dos deputados e não da CPI e que é preciso manter uma boa relação com o Ministério Público.
Nesta quarta-feira, Souza disse que não acolheria a sugestão de Serraglio porque ainda não tem elementos no inquérito para pedir a prisão do empresário. O procurador disse que, se vier a pedir a prisão de Valério, a decisão será baseada em fatos surgidos a partir de diligências feitas no inquérito e que a sugestão da CPI "é irrelevante".
O procurador-geral fez duras críticas aos integrantes da CPI e à sugestão de prender o empresário sob o argumento de que ele estaria atrapalhando as investigações. "Essa questão de 'tem que prender, tem que prender' cria um clima ruim para o andamento do inquérito. Mas dá notícia em jornal", cutucou Souza.