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Randolfe deixa a Rede em meio a divergência com Marina Silva

O senador tem manifestado, publicamente, divergências em relação a ações tomadas sob a alçada do ministério comandado por Marina.

18/5/2023
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O senador tem manifestado, publicamente, divergências em relação a ações tomadas sob a alçada do ministério comandado por Marina. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
O senador Randolfe Rodrigues (AP) anunciou nesta quinta-feira (18) sua desfiliação da Rede Sustentabilidade, da qual era o único representante no Senado. A desfiliação ocorre em um momento de embate entre Randolfe e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. O senador tem manifestado, publicamente, divergências em relação a ações tomadas sob a alçada do ministério comandado por Marina. Em uma carta divulgada na manhã desta quinta, Randolfe não traz explicações sobre o motivo da saída nem para qual partido irá, mas aliados dão como certa sua filiação ao PT. O senador também não cita, em nenhuma das oito linhas da carta, o nome de Marina Silva, que foi, ao lado da ex-senadora Heloísa Helena, fundadora da Rede. O líder do governo, contudo, fez questão de agradecer publicamente o trabalho de Heloísa Helena, a quem se referiu como inspiradora. Com a saída de Randolfe, o Rede fica sem nenhum representante no Senado, já que os dois parlamentares eleitos pela legenda, Fabiano Contarato (PT-ES) e Randolfe deixaram a legenda. Em 2018, o partido chegou a eleger cinco senadores. "Agradeço o companheirismo e o convívio deste períod, em especial levo para toda a vida exemplos de lealdade ao povo, como o da companheira Heloísa Helena, que ontem, hoje e sempre me inspirará". A carta de desfiliação do senador foi divulgada poucas horas depois de o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), que é ligado ao ministério comandado por Marina Silva, negar licença para a Petrobras perfurar poço de petróleo no litoral do Amapá. A Petrobras aguardava apenas a autorização para iniciar perfuração de teste na bacia da Foz do Amazonas, a cerca de 175 quilômetros da costa amapaense. Randolfe criticou a negativa. "A decisão do Ibama contrária à pesquisas na costa do Amapá não ouviu o governo local e nenhum cidadão do meu estado. O povo amapaense quer ter o direito de ser escutado sobre a possível existência e eventual destino de nossas riquezas", afirmou ele. "Junto a todas as instâncias do governo federal, reuniremos todos aqueles que querem o desenvolvimento sustentável do Amapá, para de forma técnica, legal e responsável lutarmos contra essa decisão", acrescentou. Na nota técnica que negou a licença, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, alegou que a Petrobras não sanou pontos críticos do projeto. ""Não restam dúvidas de que foram oferecidas todas as oportunidades à Petrobras para sanar pontos críticos de seu projeto, mas que este ainda apresenta inconsistências preocupantes para a operação segura em nova fronteira exploratória de alta vulnerabilidade socioambiental”, manifestou Agostinho. Líder do governo Lula no Congresso, Randolfe deve usar de sua força junto aos demais integrantes do governo e até mesmo da proximidade que tem do presidente da República para tentar reverter a decisão do Ibama e, com isso, permitir que a Petrobras atue na região. A posição de Randolfe tem o apoio do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP). Ambos, que chegaram a ser inimigos políticos, fizeram as pazes publicamente neste ano e agora se uniram contra a decisão do Ibama. "A decisão do Ibama em negar a licença para que a Petrobras realize a pesquisa exploratória de Petróleo na margem equatorial do Amapá é um desrespeito ao povo amapaense. Vamos lutar unidos, amparados por critérios técnicos, legais, razoáveis e proporcionais, em conjunto com o governo federal, bancadas federal e estadual, governo do estado, entidades e sociedade civil para reverter essa decisão equivocada e injusta. O Amapá lutará e não lutaremos sozinhos", afirmou Alcolumbre, por meio de nota. Leia a carta de Randolfe: "Nos últimos anos, o povo brasileiro enfrentou a sua quadra mais dramática. A Democracia, há muito conquistada, esteve sob real ameaça. Neste período, nas ruas, nas instituições e em especial no Parlamento, o nosso partido esteve ao lado dos brasileiros lutando contra o fascismo, e cumpriu um papel histórico com amor, coragem e dedicação. Me honrará para sempre ter sido parte desta jornada épica. Agradeço o companheirismo e o convívio deste período, em especial levo para toda a vida exemplos de lealdade ao povo, como o da companheira Heloísa Helena, que ontem, hoje e sempre me inspirará. Minhas palavras trazem, sobretudo, gratidão. Tenho a certeza de que continuaremos juntos, nas lutas por democracia, justiça e na construção de uma sociedade livre da fome e da opressão. Dito isso peço, em caráter irrevogável, a minha desfiliação da REDE SUSTENTABILIDADE. Brasilia-DF, 18 de Maio de 2023."  
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