Carlos Godinho, ex-superintendente do Banco Rural, reafirmou em seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, que os empréstimos ao PT e à agência de publicidade SMP&B foram atípicos. Ele também opinou que os empréstimos foram feitos para não serem pagos, porque, ao longo do tempo, foram sendo renovados a cada 90 dias, sem nunca serem liquidados e sem nenhuma amortização dos juros.
Godinho foi convocado à CPI porque disse, em entrevista à revista Época, que o banco fez empréstimos atípicos ao PT e à agência de publicidade SMP&B, insinuando que estes empréstimos foram forjados. Ele reafirmou que os dados sobre os empréstimos do PT e da SMP&B foram retirados da versão final do relatório de controle interno e "compliance", feito semestralmente pelo banco, que fica à disposição do Banco Central por cinco anos. Ele também confirmou que depois lhe pediram que não incluísse mais essas informações no documento, mas disse não ter como provar que os dados foram retirados do relatório.
O ex-superintendente disse à CPI que três pessoas movem processos contra ele por causa da entrevista: a presidente do Banco Rural, Kátia Rabelo, e os vice-presidentes Ayana Tenório e José Roberto Salgado. Segundo ele, são todos processos por danos morais. Além disso, Godinho afirmou que foi concedida uma liminar na Justiça de Minas impedindo que fale sobre o assunto à imprensa.
O depoimento ocorre na sala 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.