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Congresso em Foco
7/12/2005 | Atualizado às 10:14
Diego Moraes e Ricardo Ramos
Além do aumento significativo no repasse de recursos da BBTur para as contas do empresário Marcos Valério, a CPI dos Correios tentar esclarecer o caminho inverso na relação financeira da operadora de viagens controlada pelo Banco do Brasil e o operador do mensalão: o aumento nos depósitos do empresário à BBTur. Dados do sigilo bancário de Valério obtidos pelo Congresso em Foco mostram que os pagamentos das empresas dele à BBTur cresceram 25 vezes entre 2001 e 2004. O valor dos repasses aumentou de R$ 90 mil para R$ 2,309 milhões.
"Essa saída de recursos é tão estranha como o aumento nos depósitos para as contas de Valério", avaliou o sub-relator de contratos da comissão, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP). "Aliás, tudo o que envolve Marcos Valério é suspeito", acrescentou.
O Banco do Brasil informou que a SMP&B, a DNA Propaganda e a Multi-Action, de Valério, eram clientes da filial da BBTur em Belo Horizonte, o que justificaria os repasses para a operadora de viagens. Segundo o BB, os repasses - assim como os reajustes - "não eram significativos" e se referem a serviços prestados pela BBTur para o fornecimento de "passagens aéreas e hospedagens, principalmente".
Aumentos
Em 2001, a Multi-Action e as agências SMP&B e DNA fizeram 12 depósitos nas contas da BBTur. As transferências somam cerca de R$ 90 mil. No ano seguinte, houve redução, de 9,81%, no volume de gastos com a operadora de viagens: os 17 pagamentos feitos em 2002 somaram R$ 81,5 mil.
Contudo, foi a partir de 2003 que o volume de repasses das contas de Valério para a BBTur disparou. Naquele ano, primeiro do governo Lula, as empresas dele depositaram 23 vezes nas contas da operadora de viagens. No total, foram injetados mais de R$ 266 mil - um aumento de 226,65% em comparação com os gastos de 2002.
Em 2004, o empresário efetuou 72 pagamentos à BBTur, o equivalente a um depósito a cada cinco dias. O montante repassado pulou para R$ 2,309 milhões, quase oito vezes mais que no ano anterior. Dessa quantia milionária, R$ 605,45 mil foram depositados, em 66 repasses, para o setor da BBTur que opera especificamente o serviço de vendas de passagens aéreas e pacotes turísticos, a "BBTur Viagens e Turismo".
O restante R$ 1,704 milhão, distribuído em seis depósitos, foi identificado na quebra de sigilo como pagamentos para a "BBTur Eventos", departamento da empresa responsável pela organização de seminários e convenções. O Banco do Brasil, contudo, disse que as duas divisões da BBTur fazem parte de uma única empresa. Em 2004, a DNA aparece como responsável por todos os pagamentos referentes a despesas com eventos.
A quebra de sigilo traz a movimentação financeira de Valério até julho deste ano. De acordo com os dados, os gastos das empresas dele com a BBTur, em 2005, batem a casa dos R$ 444,7 mil, distribuídos em 26 repasses. Até 17 de junho, as agências SMP&B, DNA e Mult-Action haviam efetuado 25 pagamentos, que somaram R$ 340 mil, para quitar despesas com passagens aéreas e hospedagens. Já para o departamento de promoção de eventos, houve um depósito da Multi-Action, em 18 de abril, de R$ 104 mil.
Por meio de sua assessoria, Marcos Valério não quis se pronunciar sobre os repasses de suas empresas nas contas da BBTur.
Movimentação Financeira Marcos Valério / BBTur
Ano | Saídas (R$) | Aumento (%) | Empresa |
2001 | 90.369,61 | 0 | SMPB, DNA e Multi |
2002 | 81.499,72 | - 9,81 | SMPB, DNA e Multi |
2003 | 266.220,87 | 226,65 | SMPB, DNA e Multi |
2004 | 2.309.503,44 | 767,51 | SMPB, DNA e Multi |
Até 17/6/2005 | 444.729,82 | - | SMPB, DNA e Multi |
Aumento de 2001 para 2004: 2.455,61%
Fonte: CPI dos Correios
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