A Mesa Diretora da Câmara arquivou hoje os pedidos de cassação do líder do PFL, Rodrigo Maia (PFL-RJ), e do deputado Paulo Pimenta (PT-RS). Os integrantes da Mesa acolheram o parecer do corregedor,
Ciro Nogueira (PP-PI). Ele considerou que os dois parlamentares não praticaram atos característicos de quebra do decoro parlamentar.
A cassação de Rodrigo Maia foi requerida pelo deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF), depois que o pefelista envolveu, sem provas, assessores e parlamentares do PT em irregularidades. No episódio, Maia acusou pessoas ligadas a nove deputados petistas de terem feito saques nas contas do empresário Marcos Valério de Souza na agência do Banco Rural do Brasília Shopping. A informação foi repassada pelo líder do PFL a jornalistas. A verificação dos números da identidade revelou que, na maioria dos casos, tratava-se apenas de homônimos.
Já o processo contra Paulo Pimenta foi proposto pelo líder do PSDB, deputado Alberto Goldman (SP), que acusou o colega de ter faltado com o decoro quando pegou carona com Marcos Valério, apontado como operador do mensalão, logo após reunião da CPI do Mensalão. O episódio levou à renúncia de Pimenta ao cargo de vice-presidente da comissão. O petista chegou a apresentar, na reunião, uma lista de sacadores das contas bancárias de Valério, obtida junto ao próprio empresário.
Também foram arquivados processos mais antigos que corriam contra os deputados Doutor Rosinha (PT-PR) e Ronaldo Caiado (PFL-GO). Rosinha foi denunciado pelo deputado Enio Bacci (PDT-RS) por não ter comprovado que o pedetista teria faltado a eventos programados em viagem patrocinada pela Câmara. O processo contra Caiado referia-se a uma suposta declaração racista do parlamentar. Nesse caso, a Mesa considerou que o assunto deveria ser examinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).