A portas fechadas, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza reuniu-se nesta terça-feira, em Brasília, com a cúpula da CPI do Mensalão para prestar esclarecimentos sobre a contabilidade da SMP&B e dirimir dúvidas sobre repasses de recursos a parlamentares da base aliada. Valério conversou durante duas horas com o presidente da comissão, senador Amir Lando (PMDB-RO), o relator, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG) e os senadores Rodolfo Tourinho (PFL-BA) e Romeu Tuma (PFL-SP).
O advogado do empresário, Marcelo Leonardo, disse que seu cliente apresentou aos integrantes da CPI informações sobre a entrada de recursos nas contas das empresas e como os repasses dos empréstimos feitos para o PT estavam discriminados na contabilidade. Valério apareceu às escondidas, sem ninguém o vê-lo.
Relatório parcial
Nos próximos dias a comissão deverá apresentar um relatório parcial dos trabalhos. Abi-Ackel informou hoje que a comissão já pode afirmar de onde vieram os recursos do suposto mensalão dentro do Brasil.
O relatório também deverá trazer informações sobre o destino dado ao dinheiro dos empréstimos feitos pelo PT e pelo empresário Marcos Valério de Souza - acusado de ser operador do mensalão - nos bancos BMG e Rural.
"Nós temos um número considerável de conclusões a respeito do que foi feito do dinheiro obtido, de qual o objetivo do empréstimo, de que forma ele foi distribuído, com que finalidade e onde foi gasto. O relatório será parcial, porque ainda restará uma questão importante, que é a investigação sobre outras fontes de financiamento desse esquema", disse o relator.