O presidente Lula não poupou elogios ontem ao seu próprio governo, no segundo evento depois do lançamento oficial de sua candidatura, no último sábado (24). Em seu discurso na 1ª Conferência Nacional de Economia Solidária, em Brasília, Lula disse que, antes dele, o "Brasil era uma coisa meio desarranjada".
O presidente comparou o país que recebeu em 2002 com um avião com peças desmontadas. Lula disse que conseguiu "arrumar a coisa" e que o Brasil hoje é outro. "Alguns críticos do passado não sabem explicar como é que a gente resolveu o problema da economia brasileira", discursou.
"As pessoas achavam que não iria dar certo. Economistas sérios como o Paul Singer e Maria da Conceição Tavares achavam que eu teria muitas dificuldades. Alguns achavam que o Brasil estava quebrado e eu dizia: 'diabo, vocês são meus amigos, dizem que o Brasil está quebrado e querem que eu seja presidente da República?", afirmou ao revelar que chegou a se questionar sobre se deveria disputar a Presidência diante de algumas avaliações de que o país iria quebrar.
Lula citou como exemplo dos "arranjos" que realizou o fato de, no ano passado, o governo ter devolvido ao Fundo Monetário Internacional US$ 15,6 bilhões. Declarou ainda que foi responsável pela quitação de dívidas com o Clube de Paris e pelo pagamento de dívidas da moratória do ex-presidente José Sarney. "A poupança interna passou de 17% para 32%", complementou.
O presidente falou ainda da inclusão bancária que, segundo ele, permitiu o acesso de seis milhões de pessoas a instituições bancárias. "Até então o pobre não sabia entrar na agência porque não era atendido. Não tinha café no bule", disse. Na avaliação de Lula, antes dele, "o Brasil não estava preparado para cuidar da parte mais pobre do país".