A divulgação da pesquisa CNT/Sensus, que revelou queda na intenção de votos ao candidato Geraldo Alckmin (PSDB), provocou uma crise entre tucanos e pefelistas. A primeira sinalização do "fogo amigo" foi emitida pelo líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (PFL-RJ): "O problema é na coordenação, não é o Alckmin, é o Tasso (Jereissati)".
A declaração do filho do prefeito do Rio, César Maia, irritou o presidente do PSDB, que cobrou uma definição do PFL. "Quem falou isso? O garoto ou o papai? Quando o garoto fala só vale se o papai confirma. Essa coisa de setores do PFL ficarem batendo não dá mais. Chega de brincadeira de ficar batendo em candidato, no Fernando Henrique, no Aécio (Neves, governador de Minas Gerais). Ou é aliado ou não é."
Bornhausen devolveu a cobrança: "Se todo mundo falasse menos, não haveria problema. Mas é preciso organizar a campanha". A animosidade vem em um péssimo momento. Na próxima semana os dois partidos devem firmar a aliança entre o tucano Geraldo Alckmin e o senador José Jorge (PFL-PE) em um evento em Pernambuco.
O presidente do PFL quer que Tasso crie o conselho político da campanha do qual deverão participar os presidentes dos partidos aliados, os líderes dos dois partidos na Câmara e no Senado e os coordenadores da campanha, além dos dois cabeças da chapa.
O senador catarinense disse estar convencido de que o problema da campanha hoje é a falta de organização. "É preciso ter uma pessoa para dar a última palavra. E esta pessoa é o candidato", disse ele, ao propor que a primeira reunião do conselho seja na próxima segunda-feira.
A pesquisa CNT/Sensus revelou que o presidente Lula venceria as eleições já no primeiro turno se as eleições fossem hoje. Em relação ao levantamento anterior, feito em abril, Lula subiu de 37,5% para 40,5% na preferência do eleitorado. Enquanto isso, Alckmin perdeu espaço, caindo de 20,6% para 18,5% das intenções de voto. O dado mais expressivo da pesquisa ficou por conta do crescimento da rejeição de Alckmin, que saltou de 33,5%, em abril, para 40,6%.