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Congresso em Foco
24/5/2006 | Atualizado às 20:11
Por 243 votos a 161, o Plenário da Câmara aprovou, no início da noite, o parecer do Conselho de Ética que recomenda a absolvição do deputado Vadão Gomes (PP-SP). Para que o parlamentar fosse cassado, eram necessários pelo menos 257 votos contrários ao relatório. Ao todo, 425 deputados votaram. Houve ainda quatro votos brancos, um nulo e 16 abstenções.
Vadão é o décimo primeiro deputado acusado de ter recebido recursos ilegais do empresário Marcos Valério a escapar da cassação. Só três dos 18 acusados de receberem do valerioduto perderam o mandato: Roberto Jefferson (PTB-RJ), José Dirceu (PT-SP) e Pedro Corrêa (PP-PE). Outros quatro renunciaram ao mandato para se livrar da degola. Agora resta a análise apenas do processo do ex-líder do PP José Janene (PR), que está de licença médica.
O relator original do caso, Moroni Torgan (PFL-CE), havia pedido a cassação de Vadão. Porém, o voto dele foi derrubado pelos demais integrantes do Conselho de Ética. Coube ao deputado Eduardo Valverde (PT-RO) elaborar o voto da absolvição, aprovado posteriormente pelo colegiado.
Vadão é acusado de ter recebido R$ 3,7 milhões do valerioduto. Em depoimento ao próprio conselho, Marcos Valério afirmou ter depositado o dinheiro na conta do deputado, mas depois voltou atrás e disse ter feito o repasse pessoalmente em duas ocasiões através de malas de dinheiro em um hotel em São Paulo.
No dia 5 de julho de 2004, o empresário teria entregue R$ 1 milhão e no dia 16 de agosto do mesmo ano, os R$ 2,7 milhões restantes. A contradição de Valério e o fato de o empresário não se lembrar do nome do hotel onde o pagamento teria sido efetuado foram os principais argumentos da defesa do deputado. O parlamentar negou ter encontrado Valério. Ele argumentou estar em sua fazenda em Taruma (GO) no dia 5 de julho e em um frigorífico de sua empresa em Mineiros (GO) no da 16 de agosto.
Durante as investigações, o parlamentar teve o seu sigilo telefônico e bancário quebrado. Nas 21 contas de suas empresas, não foi detectada nenhuma movimentação que pudesse ligar o deputado ao mensalão. No entanto, foram detectadas algumas ligações entre telefones de Marcos Valério e de Vadão Gomes. O parlamentar disse nunca ter falado diretamente com Marcos Valério, mas não afastou a possibilidade de seus assessores falarem com funcionários das empresas de Valério.
Empresário de sucesso, parlamentar discreto
Dono de um grupo de empresas que faturam anualmente R$ 1 bilhão e empregam 5 mil funcionários, Vadão é pecuarista e empresário de sucesso, mas parlamentar de atuação discreta no Congresso. Dos 16 projetos de lei que apresentou ao longo de quase quatro mandatos na Câmara, apenas um ainda tramita na Casa. Os demais foram arquivados.
O deputado anda não havia subido à tribuna para discursar nesta legislatura. Subiu hoje, para fazer a sua defesa. Recorreu à infância - que ele classificou como "extremamente humilde" - para dizer que cresceu sob "rígidos valores éticos e morais" ensinados por seus pais e que, portanto, não poderia estar envolvido no esquema do valerioduto. "O Conselho de Ética fala por si só. Tudo foi analisado. Repetir o que disse o conselho tornaria a minha fala enfadonha e repetitiva", disse.
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