O PMDB deu mais um passo hoje rumo à candidatura própria à presidência da República. Em reunião da Executiva Nacional com 24 presidentes regionais, governadores e integrantes da sigla, os diretórios mais representativos declararam-se favoráveis a criação de uma chapa independente. Porém, a decisão final foi adiada para 10 de junho, na convenção nacional do partido.
A disputa dentro do PMDB está dividida em três vertentes. Uma defende a candidatura do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho. Outra, liderada pela ala governista, quer uma aliança com o PT em outubro. Eles defendem que o partido será prejudicado com a norma da verticalização caso se lance sozinho na disputa nacional. Já a terceira via quer que o ex-presidente Itamar Franco leve a bandeira do partido na disputa presidencial.
Dos 24 diretórios que participaram da reunião, 14 defenderam a aliança com o governo e 11 sustentaram a candidatura própria. Apesar da vantagem numérica dos governistas, os votos para a chapa independente vieram de estados como o Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás, que tem mais peso na convenção.
"A vitória da candidatura própria é avassaladora", comemorou Anthony Garotinho. "O resultado de hoje fortalece cada vez mais o desejo do partido de ter uma candidatura própria", emendou Itamar Franco. Nas contas dos oposicionistas a candidatura própria conta com 450 votos favoráveis do total de 726 convencionais.
Porém, o partido ainda está longe de um consenso. Nem mesmo os que defendem a candidatura própria estão certos de qual o melhor candidato. Garotinho sustenta que é o nome preferido do PMDB e que tem mais chances para derrotar Lula nas urnas. "Respeito o Garotinho, mas achar que ele seria um bom candidato, ao invés do Itamar, é um absurdo", afirmou Orestes Quércia, um dos caciques do partido e presidente do PMDB paulista.