A deputada Denise Frossard (PPS-RJ), relatora do recurso encaminhado por Wanderval Santos (PL-SP) à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, sugeriu a rejeição da matéria. No recurso, que pode ser votado amanhã, o deputado paulista contesta a decisão do Conselho de Ética que sugeriu sua cassação em plenário.
Wanderval argumenta que o fato determinante para influenciar a posição do Conselho - a "terceirização" de seu mandato em favor do ex-deputado e ex-bispo Carlos Rodrigues - não foi o motivo principal para a abertura do processo aberto no órgão. O deputado é um dos 11 parlamentares apontados pelas CPIs dos Correios e do Mensalão como beneficiários do "valerioduto".
Frossard entendeu, porém, que a terceirização do mandato de Wanderval não foi apenas um fato que surgiu no curso do processo, mas sim a principal defesa do parlamentar para justificar o recebimento de recursos do caixa dois petista desde que seu nome foi parar na corregedoria da Câmara, junto com os outros 11 deputados.
Subordinado
No processo, o deputado é acusado de quebra de decoro porque seu motorista sacou R$ 150 mil de uma conta do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza no Banco Rural. Wanderval afirmou que não se beneficiara do dinheiro e que o funcionário estava a serviço de Carlos Rodrigues, que era o coordenador político da bancada eleita com apoio da Universal.
Mesmo assim, o relator do processo, deputado
Chico Alencar (Psol-RJ), concluiu que o investigado deve responder pelo desvio, já que cedeu indevidamente seu assessor para realizar atividades estranhas ao exercício do mandato.