A afirmação do empresário José Roberto Colnaghi de que não existiu pagamento do PT pelo uso do seu jato particular pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci, em 2003, "levanta suspeita" sobre todo o depoimento do ministro à CPI dos Bingos, segundo avaliação do relator da comissão, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), informa a edição de hoje da Folha de S. Paulo.
"O ministro, da mesma maneira que não foi coerente e não deu a informação correta em relação a isso, poderia não ter sido fiel à verdade nas outras interpelações. Levanta desconfiança sobre o depoimento dele", disse Garibaldi.
A versão de Palocci sobre o uso do jato, dada em depoimento aos senadores no último dia 26, é que o diretório paulista do PT pagou o transporte dele entre Brasília e Ribeirão Preto em julho de 2003, quando já integrava o governo Lula. "O PT disponibilizou um avião particular, alugou um avião para fazer a viagem", disse o ministro. Dono do avião, Colnaghi confirmou à Folha que não houve pagamento. Segundo Garibaldi, o empresário terá de enviar um ofício à CPI ratificando a afirmação.