Integrantes da CPI dos Correios querem que a comissão apure supostas irregularidades envolvendo o deputado João Herrmann Neto (PDT-SP) e a empresa de transportes aéreos Brazilian Express Transportes Aéreos (Beta), que presta serviço para os Correios. Dados divulgados ontem pela CPI revelam que o parlamentar recebia, desde 2003, uma mesada de R$ 3 mil da companhia para trabalhar em favor dela no Congresso.
O deputado
Carlos Sampaio (PSDB-SP), que também integra o Conselho de Ética da Casa, disse que, apesar do volume de trabalhos tanto no órgão quanto na CPI, o caso não pode passar em branco. "A CPI não pode se furtar em investigar esse caso", declarou.
O PDT determinou a suspensão do parlamentar das atividades partidárias até que o caso seja esclarecido. Até agora, Herrmann não se manifestou, mas a assessoria dele informou que vai divulgar, ao longo desta tarde, uma nota para comentar o caso.
A Beta presta serviço para os Correios e teve o sigilo bancário quebrado a pedido da CPI. Os dados apontaram 25 pagamentos mensais numa conta aberta em nome de Herrmann no Citybank. O dinheiro era debitado de uma conta da Beta no banco Safra, em São Paulo.
Ao todo, o deputado recebeu R$ 79 mil. Em troca, ele fazia
lobby para a companhia, como incluir emendas em projetos que a favoreciam em licitações. Os repasses só foram suspensos quando começou, no Congresso, as discussões em torno da instalação da CPI dos Correios.