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Congresso em Foco
27/9/2005 | Atualizado 28/9/2005 às 10:17
Diego Moraes e Ricardo Ramos
O ex-gerente da Villimpress, empresa especializada na fabricação de panfletos, Luciano Maglia, revelou, na CPI dos Bingos, a existência de um caixa-dois petista em Ribeirão Preto, quando o atual ministro da Fazenda, Antonio Palocci, era prefeito do município, em 2002. O esquema, segundo Maglia, incluiria a confecção de santinhos e adesivos para a campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em outubro daquele ano.
Segundo Maglia, o então secretário da Casa Civil de Ribeirão Preto, Juscelino Antonio Dourado, era o responsável pelas negociações entre a gráfica e o PT. Com a ajuda de Donizete de Carvalho Rosa, hoje diretor-superintendente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Dourado fazia pessoalmente as solicitações de materiais para campanha à Villimpress e orientava a empresa a cobrar os débitos da companhia Leão & Leão, responsável pela coleta de lixo em Ribeirão Preto.
"A Villimpress emitia boletos em nome de Juscelino Dourado e as notas fiscais dos serviços eram endereçadas à Leão & Leão", afirmou o ex-gerente. Maglia relatou ainda que, em algumas notas de serviço, a gráfica escrevia as iniciais "PF" (por fora), para indicar uma conta que seria paga com dinheiro do caixa-dois petista. Em 2002, o ex-funcionário da Villimpress calcula que, em serviços para campanhas eleitorais, confeccionou R$ 300 mil. Segundo ele, as despesas foram pagas pela empresa Leão & Leão.
Donizete de Carvalho, que falou à CPI após o depoimento de Maglia, negou as acusações feitas anteriormente. "Essa história é mentirosa, não sei porque ele inventou isso, não existiu essa história", garantiu o diretor do Serpro.
A Leão & Leão foi acusada por Rogério Tadeu Buratti, ex-assessor da prefeitura de Ribeirão Preto durante a gestão de Palocci, de participar, em 2002, de um esquema para alimentar o caixa-dois petista. Segundo o ex-assessor, a companhia, em troca da concessão para a coleta de lixo, pagava propina ao então prefeito Palocci. O dinheiro era supostamente entregue ao então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, responsável pela arrecadação financeira da campanha presidencial de Lula.
Juscelino Dourado era chefe de gabinete do Ministério da Fazenda e pediu demissão no início deste mês. Ele foi acusado por Buratti de agendar encontros de empresários com o ministro para negociar possíveis vantagens no governo. Dourado negou as acusações, mas foi contestado após a divulgação do sigilo telefônico de Buratti, no qual aparecem vários contatos entre o ex-assessor e o ex-chefe de gabinete feitos quando Palocci já estava à frente do ministério.
Indagado se poderia confirmar suas afirmações, Maglia sugeriu à CPI que solicitasse às agências de Ribeirão Preto dos bancos Nossa Caixa, Banco do Brasil, Banco Real e Banespa o envio de boletos bancários que comprovariam o pagamento da Leão & Leão pelos serviços. O presidente da comissão, senador Efraim Morais (PFL-PB), informou que deve pedir o encaminhamento dos dados à CPI ainda esta semana.
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