Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
4/8/2005 10:51
Uma nova assinatura reforça o vínculo entre o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser operador do suposto mensalão, e a direção nacional do PT. Avalista de um financiamento de R$ 2,4 milhões do BMG para o PT, o publicitário também ofereceu sua assinatura para garantir outro empréstimo feito pelo partido. De acordo com documento obtido pela revista Época, Valério deu aval para uma transação de R$ 3 milhões com o Banco Rural. A descoberta derruba a estratégia do publicitário e da cúpula petista de minimizar suas relações com o Partido dos Trabalhadores. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), ele afirmou, anteontem, que não havia dado respaldo a nenhum outro contrato do PT, à exceção do BMG. Apesar de não ter seu nome digitado no contrato, Valério é autor da assinatura que aparece abaixo das firmadas pelo tesoureiro licenciado Delúbio Soares e pelo presidente do partido, José Genoino. Cópia do contrato está na página da revista na internet. Procurados por Época, nenhum dos três quis comentar o assunto. A revelação complica ainda mais a situação de Genoino, que deve se afastar do cargo amanhã, e de Delúbio, que presta depoimento hoje à Polícia Federal. Ainda nesta sexta-feira, a PF ouve o secretário-geral licenciado do partido, Sílvio Pereira. Pressionado internamente, o tesoureiro se licenciou do cargo na terça-feira, três dias após divulgação de reportagem sobre o aval do publicitário ao empréstimo concedido ao PT, e assumiu a responsabilidade pela transação. De acordo com dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), as empresas de Valério sacaram ao menos R$ 21 milhões em dinheiro vivo nos últimos dois anos. As explicações dele sobre os saques não convenceram nem os parlamentares da oposição nem os da base aliada que compõem a CPI. Por unanimidade, a comissão aprovou ontem a convocação de Delúbio, mas ainda não definiu a data do depoimento. O tesoureiro do PT é alvo de nova denúncia de envolvimento com supostas irregularidades em financiamento eleitoral, conforme revela a edição de hoje do jornal O Globo. Um ex-motorista da deputada Neide Aparecida (PT-GO) declarou, em depoimento informal ao Ministério Público de Goiás, que buscou no diretório nacional do partido, em São Paulo, um pacote de US$ 200 mil para ajudar a campanha de político aliados. Wendell Resende de Oliveira confirmou ao jornal que a maior parte do dinheiro teria sido destinada ao financiamento da campanha de Carlos Soares, irmão de Delúbio, que disputou, sem sucesso, uma vaga na Câmara Municipal de Goiânia. Outro beneficiário seria um irmão da deputada, prefeito de uma cidade do interior do estado. O dinheiro teria sido entregue a um filho de Neide e convertido em reais por um doleiro da capital goiana. "Nós ainda contamos as notas, uma por uma. Dava US$ 200 mil", disse o motorista. Segundo o promotor Fernando Krebs, que investiga o suposto enriquecimento de Delúbio, as denúncias são consistentes e comprometedoras. "Trata-se de uma denúncia grave que vamos apurar e também encaminhar ao Ministério Público Federal. Há indícios de crime eleitoral e lavagem de dinheiro", afirmou. De acordo com o jornal, a deputada admitiu que o motorista esteve em São Paulo no ano passado, a pedido dela, mas apenas para buscar material de campanha. A mesma posição foi manifestada pelo tesoureiro do PT. O irmão de Delúbio também negou ter recebido parte do dinheiro. "Se veio pela mão da Neide, ficou na mão dela. Na minha mão não chegou dólar, infelizmente", disse Carlos a O Globo. |
Temas
IMUNIDADE PARLAMENTAR
Entenda o que muda com a PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara
Educação e Pesquisa
Comissão de Educação aprova projeto para contratação de pesquisadores