Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
25/5/2006 | Atualizado às 13:36
O clima esquentou na CPI do Tráfico de Armas. O advogado Sérgio Weslei da Cunha foi preso por desacato durante a acareação promovida pela CPI para averiguar se ele e a advogada Maria Cristina Rachado compraram a gravação de um depoimento reservado prestado por dois delegados paulistas à CPI. O técnico de som Arthur Vinicíus, que era funcionário terceirizado da Câmara até a semana passada, alega que recebeu R$ 200 para entregar ao casal um CD com o áudio do depoimento. O aúdio teria supostamente deflagrado a onda de violência promovida pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo.
Ao longo da acareação, Sérgio Weslei se negava a responder várias perguntas. O que levou o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) a comentar que o advogado teria aprendido bem com a malandragem. Sérgio Weslei rebateu: "A gente aprende rápido aqui". Irritado, o deputado Alberto Fraga (PFL-DF) chamou Cunha de bandido e pediu a sua prisão por desacato. " Você merece é um par de algemas nesse braço. Você é um bandido", disse Fraga, que é coronel da Polícia Militar. O presidente da CPI, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), que também é delegado, analisou o pedido e resolveu decretar a prisão de Sérgio Weslei.
Antes de ser preso, o advogado admitiu que está respondendo a um processo criminal na 2ª Vara Criminal de São Roque (SP) por estelionato e coação de testemunhas. O advogado disse que é inocente e que isso ficará comprovado no fim do processo. Ele reafirmou que não existe relação entre a obtenção do áudio de sessão reservada da CPI e a violência deflagrada pelo PCC em São Paulo. "Querer ligar a fita aos incidentes é querer tapar o sol com a peneira. A culpa é do sistema falido de São Paulo, que não consegue gerir os problemas."
Depois da prisão do advogado, os parlamentares iniciaram a segunda fase da acareação. Os congressistas colocaram a advogada Maria Cristina Rachado e o técnico de som Arthur Vinícius Pilastres frente a frente. A advogada voltou a negar que tenha dado R$ 200 ao técnico de som por uma gravação de um depoimento reservado prestado por dois delegados paulistas à CPI.
Sobre a oferta, Arthur Vinicius disse que quem ofereceu dinheiro para ele foi Sérgio Weslei, mas quem efetuou o pagamento foi Maria Cristina. "Em nenhum momento eu falei que você (Weslei) pagou, mas quem ofereceu foi você". Antes de ser preso, o advogado chamou o técnico som de mentiroso. "Você está mentindo. O seu primeiro contato não foi comigo, foi com ela", disse.
Arthur Vinícius ainda afirmou que recebeu quatro notas de R$ 50 pela gravação. "Ela colocou o dinheiro no meu bolso e disse guarda aí para ninguém ver". A advogada retrucou: "Eu não paguei, isso é uma acusação grave". Maria Cristina declarou que o técnico de som entregou o CD porque achou que ela teria mais dinheiro. "Depois eu devolvi o CD para ele", disse. Arthur Vinicíus nega. "Ela não me devolveu e nenhum momento".
Em determinado momento da acareação, a advogada chorou. "A verdade é esta: quero que você (Arthur) prove que eu te paguei dinheiro. Não faça ninguém de bobo aqui. Você quer é me expor ao ridículo. Acabar com a minha carreira. O que eu estou passando nenhum dinheiro paga. Eu não agüento mais."
Temas
IMUNIDADE PARLAMENTAR
Entenda o que muda com a PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara
Comissão de Direitos Humanos
PEC da Blindagem será recebida com "horror" pelo povo, afirma Damares
IMUNIDADE PARLAMENTAR