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Congresso em Foco
11/5/2007 | Atualizado às 18:46
O presidente Lula fez críticas veladas à televisão comercial brasileira no encerramento do I Fórum Nacional de TVs Públicas, organizado pelo Ministério da Cultura, que terminou hoje (11) no Hotel Nacional, em Brasília. O evento produziu um documento intitulado Carta de Brasília, com sugestões para auxiliar o governo na elaboração da rede nacional pública (leia mais).
Lula disse sentir falta de debates sobre grandes temas na televisão, o que, segundo ele, será possível com a TV pública. “Com exceção de um programa chamado Canal Livre, na TV Bandeirantes, e do Roda Viva, na Cultura, não temos nenhum programa de debate. Não o debate chato – se o governador é bom ou ruim –, mas debate sobre a questão do aborto, que apareceu esta semana por causa da visita do Papa. É um assunto para ser debatido com a maturidade que tem a sociedade brasileira”, disse.
Além do aborto, o presidente falou da necessidade de discutir outro tema incômodo para a igreja, o estudo com células tronco, além do biodiesel e da energia nuclear. “Há quanto tempo a gente não vê um grande intelectual debatendo na televisão brasileira. Hoje, nem debate sobre economia tem mais, porque quando eles querem falar de economia, eles procuram uma pessoa de mercado, não procuram mais economista”, declarou.
Lula, que evitou ler o discurso e falou de improviso, diz que sente falta de um bom programa na televisão, que chega em casa, senta na frente do aparelho e não tem nada para assistir. “E agora tem um monte de TV a cabo, para quem pode pagar. Acho que a maioria dos filmes que colocam são filmes que eles não gostam, é duro achar um filme bom”, reclamou, ao dizer que a única coisa que assiste na TV a cabo são os jogos do futebol europeu.
Assim como no último discurso que fez sobre a criação da rede nacional de TV pública, o presidente rechaçou qualquer possibilidade de ela ser chapa-branca. “O que não acredito é em coisa chapa-branca, que se desmoraliza por ela mesma. Assim não dura três meses”, disse.
“A TV pública não pode ser instrumento ideológico desse ou daquele partido”, afirmou. “Ela precisa ser fiel aos princípios democráticos”. E emendou: “Vamos fingir que nós começamos a construir a mulhara da China. Demorou? Demorou, mas ela está pronta hoje”.
Claque em pé
Os ministros Franklin Martins (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) e Gilberto Gil (Cultura) também discursaram. O primeiro foi discreto, não pronunciando mais que uma dezena de palavras. Já Gil, saudado de pé pela claque, pediu a continuidade do fórum, para que contribua mais com as políticas públicas da área.
Gilberto Gil e Franklin Martins estarão à frente de um grupo interministerial, envolvendo ainda o Ministério da Educação, que vai analisar todas as propostas sobre a criação da televisão pública brasielira. A previsão é que a emissora, que funcionará em canal aberto, comece a operar no dia 2 de dezembro, junto com o início da transmissão digital. (Lucas Ferraz)
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