Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
ROUBO DE APOSENTADOS
Congresso em Foco
15/5/2025 | Atualizado às 12:06
O novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, declarou que foi no período entre 2019 e 2022 "que o ladrão entrou na casa", ao falar sobre os descontos fraudulentos em benefícios do INSS realizados por entidades associativas. Na abertura da audiência de que participa na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado, Wolney fez um histórico sobre o afrouxamento da legislação que permitiu que associações descontassem pensões e aposentadorias sem autorização dos beneficiários. A revalidação anual de descontos em benefícios do INSS foi extinta em 2022 por meio de uma medida provisória.
"Foi nesse interregno entre 2019 e 2022 que o ladrão entrou na casa, porque o fim da revalidação e a expectativa anterior de que houvesse revalidação fez com que 11 novas associações se credenciassem no INSS. Essas empresas, que mais tarde descobrimos serem 100% fraudulentas, em sua maioria se estabeleceram nesse período. Nesse intervalo, conseguiram o credenciamento e firmaram acordos de cooperação técnica com o INSS. Quando, em 2022, se optou por encerrar a revalidação, essas empresas se sentiram livres para praticar, em 2023 e 2024, uma enormidade de descontos não autorizados, o que fez esse número disparar nesses dois anos. Só detectamos o problema após a operação da AGU [Advocacia-Geral da União] e da CGU [Controladoria-Geral da União], agora em 2025", declarou o ministro em sua exposição inicial.
O período citado por ele compreende o governo de Jair Bolsonaro. "As fraudes não começaram neste governo, mas terminaram nele", frisou Wolney, antes de concluir sua apresentação e passar a responder às perguntas dos senadores.
"A CGU é um órgão do governo. Foi este governo que mandou chamar a polícia para apurar o saque promovido por associações fraudulentas no bolso de aposentados e pensionistas", acrescentou.
Segundo o ministro, o governo Lula agiu "com transparência". Ex-deputado e ex-secretário-executivo do Minsitério da Previdência, Wolney assumiu a pasta no último dia 2, em substituição a Carlos Lupi, demitido em razão do escândalo.
"O compromisso do governo é com a proteção do cidadão, com prioridade para quem mais precisa. Houve atuação firme, com transparência e vigor no enfrentamento das fraudes", afirmou o ministro, que classificou os casos como de "extrema seriedade e gravidade".
Wolney disse ainda que o governo irá até as "últimas consequências" para garantir o ressarcimento dos aposentados e pensionistas e a punição dos responsáveis.
"Foi nosso governo que pôs fim àquela farra, para preservar os aposentados e pensionistas", destacou.
O ministro também explicou como o governo pretende realizar o ressarcimento aos beneficiários lesados. Ele alertou que o INSS não entrará em contato por telefone e que a comunicação oficial com os usuários será feita exclusivamente pelo aplicativo Meu INSS.
O pedido de comparecimento de Wolney Queiroz foi feito pelos senadores Sergio Moro (União-PR), Dr. Hiran (PP-RR) e Eduardo Girão (Novo-CE). Sergio Moro criticou a demora do governo em agir. Segundo ele, até março de 2024, nenhuma medida concreta havia sido tomada, apesar de alertas anteriores. O tema só foi oficialmente discutido pelo conselho do INSS quase dez meses após o primeiro sinal de irregularidade, destacou o parlamentar.
Nessa quarta-feira (14), o presidente do INSS, Gilberto Waller, revelou que 473,9 mil pessoas já solicitaram devolução de valores cobrados indevidamente, alegando descontos não autorizados em seus benefícios.
Como resposta à fraude, o governo federal anunciou, no último dia 8, o bloqueio de bens, contas correntes e investimentos de 12 associações envolvidas no esquema. O valor total dos ativos bloqueados, que serão destinados ao ressarcimento dos prejudicados, ultrapassa R$ 2 bilhões.
Leia ainda: Entenda o escândalo que levou à demissão de Carlos Lupi
Tags
Temas
LEIA MAIS
SEGURANÇA PÚBLICA
Polícia Federal detalha regras para controle de armas por CACs
DECRETO DE REGULAMENTAÇÃO
Como ficam as cotas raciais nos concursos públicos? Tire suas dúvidas
TENSÃO ENTRE VIZINHOS
Lula assume Mercosul na Argentina e enfrenta desafio com Milei
ATO NA AVENIDA PAULISTA
Réu, Bolsonaro critica o STF e chama processo de "fumaça de golpe"