Buscando sobreviver à cláusula de desempenho eleitoral nas eleições de 2026, as executivas do PRD e do Solidariedade preparam a formação de uma federação, prevista para ser anunciada oficialmente na quarta-feira (25) na Câmara dos Deputados. Juntos, os dois pequenos partidos passam a contar com 10 deputados, um governador e 140 prefeitos.
A federação passa a aglutinar quatro forças políticas que saíram duramente enfraquecidas nas eleições de 2022: de um lado, os antigos Patriota e PTB, aliados do governo Bolsonaro, elegeram apenas, respectivamente, quatro e um deputado. Juntos, se fundiram na forma do PRD. Do outro lado, Solidariedade e Pros coligaram com a campanha do presidente Lula, elegendo quatro deputados cada um. O Pros foi incorporado em fevereiro de 2023. Parte da bancada preferiu migrar para partidos mais fortes ao longo do processo.
Os dois partidos hoje são críticos do governo Lula, mas não chegam a fazer parte da oposição. Eles atuam em bloco na Câmara dos Deputados junto ao Avante, que não estará na federação. O preferido para presidir a nova federação é o presidente do PRD, Ovasco Resende, mantendo como vice o deputado Paulinho da Força (SP), presidente do Solidariedade.
A federação pode ser necessária para que os dois partidos possam continuar existindo em 2026, quando a cláusula de desempenho será de 13 deputados ou 2,5% dos votos válidos nas eleições para a Câmara. Aqueles partidos que não atingirem esse número enfrentarão restrições no acesso ao tempo de TV e rádio no pleito seguinte, bem como ao fundo partidário. Federadas, as siglas são contabilizadas como uma só, aumentando a chance de alcançarem os requisitos.