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Carreira
Congresso em Foco
25/6/2025 15:46
O delegado da Polícia Federal Ricardo Saadi, indicado para assumir a presidência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) a partir de 1º de julho, defendeu a criação de um plano de carreira próprio para o órgão e a contratação de servidores efetivos. Atualmente, o Coaf funciona com menos de 100 funcionários, todos cedidos de outros órgãos públicos, o que, segundo Saadi, compromete a continuidade e a especialização dos trabalhos.
A declaração foi feita durante evento promovido pelo Instituto Esfera para debater o enfrentamento ao crime organizado no Brasil. A cobertura do evento foi feita pela CNN.
Para Saadi, o fortalecimento institucional do Coaf é essencial para garantir maior efetividade na análise e difusão de informações financeiras estratégicas. "Seria importante e necessária a criação de uma carreira vinculada ao próprio Coaf - analistas estáveis do Coaf, que ficaram trabalhando lá a vida inteira, e não que ficam um tempo e vão embora", afirmou.
Segundo dados apresentados durante o evento, o Coaf recebeu cerca de 7,5 milhões de comunicações de operações suspeitas em 2023. O volume elevado exige estrutura adequada para triagem e encaminhamento das informações a órgãos como a Polícia Federal e o Ministério Público. "A partir do momento em que o Coaf tem melhores condições de receber, tratar, analisar e difundir os dados, vai difundir dados muito mais concretos, muito mais objetivos, e muito mais corretos à polícia e ao Ministério Público", avaliou o delegado.
As carências estruturais do Coaf também foram tema de estudo lançado na ocasião. O relatório "Lavagem de dinheiro e enfrentamento ao crime organizado no Brasil: reflexões sobre o Coaf em perspectiva comparada", elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Instituto Esfera, apontou que o número de servidores do órgão está aquém das necessidades operacionais e muito abaixo dos padrões internacionais.
O estudo compara o Coaf com unidades de inteligência financeira de outros países. Nos Estados Unidos, o FinCEN (Financial Crimes Enforcement Network) conta com aproximadamente 300 servidores, todos vinculados a uma carreira própria. Na França, o Tracfin dispõe de cerca de 230 funcionários; já o UKFIU, do Reino Unido, opera com cerca de 150 profissionais. Mesmo com populações menores e menor volume de transações financeiras, esses países mantêm estruturas significativamente mais robustas.
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