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DERROTA DO GOVERNO
Congresso em Foco
26/6/2025 | Atualizado às 9:55
Candidato à presidência do PT, o deputado Rui Falcão (SP) pediu à Câmara a correção de seu voto na deliberação que resultou na derrubada do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), considerada uma das derrotas mais simbólicas do governo Lula. O parlamentar admitiu ter cometido um erro ao registrar seu posicionamento e atribuiu a falha à "instabilidade da internet" durante a votação remota. Parlamentares fora de Brasília também puderam votar remotamente. O resultado foi de 383 votos pela derrubada do decreto presidencial e 98 pela manutenção.
"Houve um equívoco no momento da confirmação do voto. Sendo assim, mantendo a coerência com os votos anteriores e alinhado à orientação do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados, reafirmo o voto NÃO ao texto do Substitutivo oferecido ao PDL 214/2025", justificou no ofício encaminhado à Câmara. De acordo com o Radar do Congresso, ferramenta de monitoramento legislativo do Congresso em Foco, ele votou em 95% das vezes conforme a orientação do líder do governo desde o início do atual mandato.
O alinhamento com o presidente Lula também foi reforçado por Falcão em nota à imprensa:
"O deputado federal Rui Falcão reconhece que cometeu um erro ao votar favoravelmente à derrubada do decreto do governo Lula que previa o aumento do IOF.
A proposta, que busca promover maior justiça tributária no país, conta com o apoio do parlamentar e do Partido dos Trabalhadores, por representar uma medida de correção de desigualdades históricas no sistema tributário brasileiro.
Rui Falcão reafirma seu compromisso com o projeto liderado pelo presidente Lula, com a classe trabalhadora e com a necessidade de que os mais ricos contribuam com sua justa parcela.
O parlamentar já solicitou a correção de seu voto nos registros oficiais e segue atuando firmemente pela construção de um sistema tributário mais justo, progressivo e solidário."
Derrota grande
A derrota foi significativa para o Planalto, que estimava arrecadar até R$ 7 bilhões com o aumento do IOF. A inclusão do projeto na pauta da Câmara e, depois, no Senado, pegou o presidente Lula e a base aliada de surpresa. O último decreto do governo sobre o tema (Decreto 12.499/25) havia atenuado os dois anteriores (Decretos 12.466/25 e 12.467/25), mas ainda mantinha o aumento.
O texto aprovado em Plenário nesta quartafeira (25) foi um substitutivo apresentado pelo relator, deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), ao Projeto de Decreto Legislativo 314/25, de autoria do deputado Zucco (PL-RS). A versão original sustava apenas o último dos decretos presidenciais sobre o imposto.
Quem é Rui Falcão
Presidente nacional do PT entre 2011 e 2017, Rui Falcão voltou ao centro do debate partidário com o apoio de parte da corrente Novo Rumo, embora sem consenso total dentro do grupo. Ele também angariou respaldo de outras correntes de esquerda, como Militância Socialista, Democracia Socialista e O Trabalho.
Sua candidatura se contrapõe diretamente à de Edinho Silva, apoiado por Lula, e defende que o PT não se torne um mero braço institucional do governo. Falcão prega maior conexão com as bases e o fortalecimento dos mecanismos de participação popular. Apesar de apoiar a reeleição de Lula, insiste na importância de o partido manter uma postura crítica e autônoma.
Crítico do tom moderado de Edinho, defende que o PT recupere seu discurso original e enfrente com mais firmeza o bolsonarismo. Foi coordenador das campanhas presidenciais de Lula (1994) e Dilma Rousseff (2010). Jornalista de formação, atuou em grandes redações e no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Tem 81 anos.
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