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CENSO 2022
Congresso em Foco
28/6/2025 12:29
Os números do Censo 2022 revelam um salto de 52%, em apenas 12 anos, no número absoluto de idosos no Brasil. Em 2010, 21 milhões de brasileiros tinham 60 ou mais anos (11,3% da população). Em 2022, havia 32 milhões de pessoas nessa faixa etária, ou seja, 15,1% da população. É como se o país ganhasse, a cada ano, quase 1 milhão de novos idosos.
No outro extremo, as crianças e adolescentes até 14 anos encolheram de 24% para 20% do total da população no mesmo período, confirmando o estreitamento da base da pirâmide etária. Em 2010, o país tinha cerca de 46 milhões de jovens nessa faixa; em 2022, eram pouco mais de 40 milhões.
A expectativa de vida saltou de 73,9 anos (2010) para 77 anos (2022), resultado de avanços na saúde pública, vacinação e saneamento. Mas a queda brusca da fecundidade, de 1,90 filho por mulher em 2010 para 1,65 em 2022, fez a renovação de gerações encolher de forma acelerada.
A consequência é que a chamada razão de dependência de idosos aumentou:
Projeções do IBGE indicam que até 2050 esse número pode chegar a apenas 2 pessoas ativas por idoso, pressionando gravemente a economia.
Um país que envelhece de forma desigual
Essa transformação não ocorre igual em todo o território:
Ou seja, estados que antes dependiam de população jovem, como Maranhão, Pará e Acre, verão a proporção de idosos dobrar em duas décadas. Esse fenômeno surpreende porque pega desprevenidas regiões historicamente pobres, sem serviços de cuidado estruturados para a população mais velha.
O que dizem os números
Gênero e cor: quem são os idosos no Brasil
Os dados do IBGE revelam que a velhice no país tem rosto feminino e negro:
Outro ponto importante: as mulheres idosas são as mais atingidas pelo fenômeno dos lares solitários. Hoje, cerca de 20% das pessoas idosas moram sozinhas, e a maioria delas é formada por mulheres viúvas ou separadas, que podem enfrentar solidão e falta de redes de apoio.
O desafio do cuidado
Os idosos brasileiros não envelhecem igualmente. Enquanto classes médias e altas mantêm planos de saúde e acesso a atendimento de qualidade, a maioria da população idosa (quase 80%) depende do SUS. E boa parte desses idosos é formada por mulheres negras, que acumulam menores rendimentos ao longo da vida, e chegam à velhice com maior dependência de pensões e benefícios sociais.
Além disso, o crescimento dos lares unipessoais (pessoas morando sozinhas), que o próprio Censo apontou, também atinge os idosos: hoje, cerca de 20% das pessoas que vivem sozinhas têm 60 anos ou mais. Isso significa risco de isolamento social, violência doméstica, depressão e dificuldade de acesso a cuidados.
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