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RAIO-X DO BRASIL

Mulheres adiam maternidade e famílias encolhem, mostra Censo 2022

Dados indicam que o país entrou de forma definitiva em uma nova etapa da chamada transição demográfica.

Congresso em Foco

28/6/2025 | Atualizado às 11:30

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IBGE mostra diferenças na fecundidade pelo recorte racial.

IBGE mostra diferenças na fecundidade pelo recorte racial.Arte Congresso em Foco

Resultados do Censo Demográfico 2022 confirmam que o Brasil entrou de forma definitiva em uma nova etapa da chamada transição demográfica, caracterizada por menos nascimentos, famílias menores e mulheres que adiam cada vez mais a decisão de ter filhos. Essa transição, iniciada no fim do século 20, vem se acelerando nos últimos 12 anos, com impactos profundos para o perfil etário, a organização das famílias e até mesmo para a economia do país.

Em 2022, a taxa de fecundidade total chegou a 1,65 filho por mulher, reforçando a tendência de queda já vista no Censo de 2010, quando estava em 1,90. Para comparação, o chamado nível de reposição populacional, aquele que garante que cada geração seja substituída sem crescimento populacional, gira em torno de 2,1 filhos por mulher. O Brasil, portanto, segue a trilha de países como Portugal, Japão e Alemanha, que também registram fecundidade muito abaixo desse patamar, com consequências diretas no envelhecimento populacional.

Média de filho por mulher despenca em dez anos.

Média de filho por mulher despenca em dez anos.Arte Congresso em Foco

O dado é ainda mais expressivo quando se lembra que, nos anos 1980, a mulher brasileira tinha, em média, mais de quatro filhos. Em apenas quatro décadas, a queda foi vertiginosa e, segundo especialistas, dificilmente voltará a crescer, pois envolve transformações profundas nos papéis sociais e nas aspirações de vida das mulheres.

Maternidade mais tardia e novas prioridades femininas

Outro aspecto crucial do Censo 2022 é o adiamento da maternidade. Enquanto em 2010 a idade média ao ter o primeiro filho ficava entre 26 e 27 anos, em 2022 subiu para 29 anos, avanço que se espalhou por todas as regiões, inclusive Rondônia, onde a idade média subiu 7,4% no período.

Mulheres estão tendo o primeiro filho mais tarde.

Mulheres estão tendo o primeiro filho mais tarde.Arte Congresso em Foco

Esse adiamento reflete um fenômeno global: as mulheres priorizam a formação acadêmica, a estabilidade financeira e a carreira antes de assumir a maternidade. Em paralelo, há maior acesso a métodos contraceptivos modernos e à informação sobre planejamento familiar.

O dado de mulheres sem filhos ao longo da vida também chama atenção. Entre aquelas de 50 a 59 anos, 15,2% não tiveram filhos, ante 11,6% em 2010. É a expressão de um novo projeto de vida para parte das mulheres, onde a maternidade deixa de ser considerada obrigatória ou destino único.

Escolaridade define o tamanho das famílias

O impacto da educação sobre a fecundidade aparece de forma contundente. Mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto tinham, em média, 3 filhos em 2010, número que caiu para 2,61 em 2022, mas ainda bem acima da média nacional (1,65 filho).

Entre as mulheres com ensino superior completo, a queda foi ainda mais acentuada: de 1,5 filho em 2010 para 1,09 filho em 2022, muito abaixo do nível de reposição populacional. Esse dado comprova que o avanço educacional amplia o leque de escolhas e permite melhor planejamento reprodutivo.

Há também impacto na idade ao primeiro filho:

  • mulheres com menor escolaridade têm filhos, em média, antes dos 22 anos;
  • mulheres com ensino superior adiam para depois dos 29 anos, acompanhando projetos de carreira e autonomia financeira.

Essa diferença revela desigualdades estruturais: mulheres com menor escolaridade continuam enfrentando mais barreiras para planejar a maternidade, seja por falta de acesso a serviços de saúde, seja pela dificuldade de inserção no mercado de trabalho formal.

Desigualdades raciais persistem, mas fecundidade cai em todos os grupos

O Censo também analisou a fecundidade por cor ou raça. As mulheres pretas apresentaram taxa de 1,95 filho em 2022, queda frente aos 2,2 filhos em 2010. Já as mulheres brancas reduziram de 1,7 para 1,55 filho no período, e as pardas de 2,0 para 1,86 filho.

IBGE mostra diferenças na fecundidade pelo recorte racial.

IBGE mostra diferenças na fecundidade pelo recorte racial.Arte Congresso em Foco

Em todos os grupos raciais houve aumento da proporção de mulheres sem filhos ao final do período reprodutivo, embora a mudança tenha sido mais intensa entre brancas e pardas. Esse movimento sinaliza transformações culturais. E, ao mesmo tempo. mostra que ainda persistem desigualdades de oportunidades educacionais e de renda entre grupos raciais, que influenciam o planejamento reprodutivo.

Famílias menores e domicílios mais diversos

A diminuição do número de filhos impacta diretamente a configuração das famílias. O tamanho médio dos domicílios caiu de 3,3 pessoas em 2010 para 2,9 em 2022. Também aumentou o número de domicílios unipessoais (pessoas vivendo sozinhas), fenômeno associado não apenas a mudanças de comportamento, mas ao próprio envelhecimento populacional.

Além disso, cresce o número de lares chefiados por mulheres, sobretudo em famílias monoparentais. Esse novo arranjo familiar exige do poder público políticas específicas de proteção social e apoio à renda, pois muitas dessas mulheres ainda enfrentam dificuldades de acesso a trabalho digno e creches.

Os dados do Censo 2022 indicam que o Brasil avança para um perfil populacional mais envelhecido, urbano, com famílias menores e mulheres que decidem ter menos filhos, ou até nenhum, de forma consciente.

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