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ARTICULAÇÃO
Congresso em Foco
10/7/2025 | Atualizado às 21:50
A escolha da procuradora de Justiça Maria Marluce Caldas para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), anunciada nesta quarta-feira (10), carrega mais do que o reconhecimento da trajetória da nova ministra. Representa, sobretudo, uma vitória política do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC, responsável por costurar com habilidade a complexa articulação que viabilizou a escolha de sua tia para uma das Cortes mais importantes do país.
Desde que Marluce apareceu na lista tríplice, formou-se um movimento político robusto em Alagoas para garantir sua nomeação. O processo envolveu conversas exaustivas com caciques de diferentes espectros, como o senador Renan Calheiros, o ministro dos Transportes Renan Filho e o deputado Arthur Lira.
Foi nesse cenário de antagonismos que JHC se destacou como principal articulador, promovendo a convergência entre grupos historicamente adversários no Estado.
A força política de JHC, reeleito prefeito com impressionantes 83,25% dos votos, teve peso decisivo. O presidente Lula, que demonstrou sensibilidade para as novas lideranças do Nordeste, reconheceu no jovem gestor alagoano um ator estratégico. A costura foi direta: o nome de Marluce avançou em meio a diálogos entre o chefe do Executivo e o prefeito de Maceió.
Assim como João Campos (PSB), prefeito reeleito de Recife com ampla margem, JHC desponta como uma das grandes novidades políticas da região. Lula percebeu esse movimento com clareza.
Não por acaso, esteve ao lado de Campos na presidência do PSB e agora busca se aproximar de JHC, sinalizando, inclusive, um possível retorno do alagoano ao partido (PSB) pelo qual se elegeu deputado federal em 2014.
A nomeação de Marluce Caldas não apenas eleva uma jurista de carreira ao STJ, como também chancela a liderança de JHC em Alagoas. Ao mesmo tempo, redesenha o tabuleiro político no Estado: fortalece o prefeito na interlocução com Brasília, reposiciona alianças locais e pode indicar novos arranjos para as disputas futuras, incluindo a sucessão no Senado.
No jogo político, a indicação de Marluce é uma jogada de mestre e tem em JHC o principal enxadrista.
Nova ministra
Natural de Ibateguara (AL), Marluce integra o Ministério Público de Alagoas desde 1986 e atua como procuradora de Justiça desde 2021. Especialista em direito constitucional e processual, construiu sua carreira nas áreas criminal e de direitos humanos. Sua trajetória inclui participação nas discussões legislativas que levaram à criação da Lei Seca.
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