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Obstrução da oposição é uma espécie de AI-5 parlamentar, diz Lindbergh

Líder do PT criticou a ocupação de bolsonaristas nas Mesas Diretoras das Casas. A ação foi adotada como obstrução e pressão para pautar temas de interesse do grupo.

5/8/2025
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O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), considerou os protestos da oposição, com a ocupação das Mesas Diretoras do Senado e da Câmara, uma "espécie de AI-5 parlamentar". O deputado fez a comparação em suas redes sociais, nesta terça-feira (5), após oposicionistas realizarem protestos no Congresso contra a prisão de Bolsonaro, que resultou no cancelamento das sessões de hoje.

"A oposição tem todo direito de fazer obstrução. É direito regimental. Agora, ocupar, na marra, as Mesas do Senado e da Câmara é fazer a mesma coisa que os vândalos do 8 de janeiro fizeram. É agredir uma instituição democrática do Brasil. Impedir seu funcionamento, por meio da violência, é uma espécie de AI-5 parlamentar. A democracia brasileira está sob ataque!", escreveu o deputado.

Lindbergh ainda considerou a ação dos parlamentares da oposição uma "vergonha total". O congressista ainda disse: "Deputados do PL sequestraram a mesa impedindo o funcionamento do parlamento. Isso aqui é um atentado contra o Parlamento, um ataque contra a democracia. Isso daqui é a continuidade do 8 de janeiro".

Lindbergh Farias.Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Veja o vídeo:

Protesto da oposição

Com esparadrapos na boca em denúncia a uma suposta "ditadura" do Judiciário, deputados bolsonaristas ocuparam a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e impediram a realização da sessão plenária marcada para esta terça-feira. Ao lado do deputado Zucco (PL-RS), aparecem Marco Feliciano (PL-SP), Marcel van Hattem (Novo-RS), Rodolfo Nogueira (PL-MS), Caroline de Toni (PL-SC), Cabo Gilberto Silva (PL-PB), entre outros.

No Senado, a Mesa foi ocupada pelos seguintes parlamentares: Jaime Bagattoli (PL-MT), Jorge Seif (PL-SC), Izalci Lucas (PL-DF), Damares Alves (Republicanos-DF), Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES), que ocupou a cadeira do presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). "A mobilização é uma resposta à escalada de abusos e perseguições políticas. Não vamos nos calar", escreveu o senador Capixaba.

Em entrevista coletiva, o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), reconheceu a medida como "radical", mas necessária para conversar com o presidente da Casa a fim de incluir na pauta de votação projetos defendidos pelo grupo. A oposição quer a anistia, impeachment de Alexandre de Moraes, o fim do foro privilegiado e a revisão das sanções impostas ao senador Marcos do Val (Podemos-ES).

Ação arbitrária

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, considerou a obstrução da oposição como como um "exercício arbitrário" e "algo inusitado e alheio aos princípios democráticos". Ele também convocou reunião de líderes para retomar o "bom senso".

"O Parlamento tem obrigações com o país na apreciação de matérias essenciais ao povo brasileiro", iniciou Alcolumbre. "Faço, portanto, um chamado à serenidade e ao espírito de cooperação. Precisamos retomar os trabalhos com respeito, civilidade e diálogo, para que o Congresso siga cumprindo sua missão em favor do Brasil e da nossa população".

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