Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
CONGRESSO
Congresso em Foco
20/8/2025 | Atualizado às 12:25
O Congresso Nacional instalou nesta quarta-feira (20) a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, criada para investigar o escândalo dos descontos ilegais em aposentadorias e pensões. Em uma reviravolta, a oposição conseguiu impor derrota ao governo e emplacar o senador Carlos Viana (Podemos-MG) na presidência do colegiado.
Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, do qual foi vice-líder, Viana foi eleito por 17 votos a 14, superando o favorito Omar Aziz (PSD-AM), que presidiu a CPI da Covid em 2021 e havia sido indicado para o cargo pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), com apoio do presidente Lula.
"Quero agradecer cada um dos 17 senadores. Foi uma articulação dos últimos dias", disse Viana, logo após a vitória. Com a eleição do senador mineiro, caiu a indicação do deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO) para a relatoria. Viana designou o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) como relator. Gaspar faz parte da ala bolsonarista na Câmara.
A eleição foi definida por uma articulação de última hora, que garantiu três votos a mais à oposição. Até então, o governo acreditava ter maioria, já que apenas oito das 30 vagas de titulares pertenciam formalmente a oposicionistas.
Ricardo Ayres já falava como relator. Em entrevista ao Congresso em Foco, nesta manhã, o deputado disse que pretendia ampliar o escopo das investigações para apurar irregularidades na concessão de empréstimos consignados.
Com a presidência agora sob o comando de um adversário de Lula, o Planalto teme perder o controle das investigações e vê risco de novos desgastes políticos.
Ayres se manifestou após a perda da relatoria, por meio das redes:
Estratégias em disputa
A disputa interna da CPI promete se tornar um embate direto entre governo e oposição.
Base governista: deve associar as fraudes ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Parlamentares como Paulo Pimenta (PT-RS), Alencar Santana (PT-SP), Rogério Carvalho (PT-SE) e Fabiano Contarato (PT-ES) lideram essa frente.
Oposição: pretende ampliar o foco sobre a atual gestão, com a possível convocação do ministro da Previdência, Carlos Lupi, de seu sucessor Wolney Queiroz, do presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, e do ex-chefe do instituto, Alessandro Stefanutto.
Deputados bolsonaristas ainda pressionam pela convocação de Genival Inácio da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). Embora citado em relatório da CGU, ele não é investigado, e o sindicato nega irregularidades.
O escândalo bilionário
A CPI foi criada após a Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), revelar um esquema de fraudes que incluía:
O esquema pode ter gerado prejuízos superiores a R$ 6,4 bilhões aos cofres públicos e atingiu diretamente aposentados e pensionistas em todo o país.
Quem compõe a CPI
A CPI é formada por 30 parlamentares titulares, entre senadores e deputados. Entre os senadores estão Renan Calheiros (MDB-AL), Eduardo Braga (MDB-AM), Tereza Cristina (PP-MS), Damares Alves (Republicanos-DF) e Jorge Seif (PL-SC).
Na Câmara, participam como titulares Paulo Pimenta (PT-RS), Adriana Ventura (Novo-SP), Coronel Chrisóstomo (PL-RO), Duarte Jr. (PSB-MA), Julio Arcoverde (PP-PI) e Marcel van Hattem (Novo-RS), entre outros.
Com poder de agenda, o senador Carlos Viana poderá pautar convocações e ditar o ritmo das investigações, abrindo espaço para desgastes ao governo. Já a base governista aposta em usar a comissão como vitrine para mostrar que as fraudes nasceram em gestões passadas, especialmente durante o governo Bolsonaro.
Temas
LEIA MAIS
DESVIO DE APOSENTADORIAS
Relator quer ampliar CPMI do INSS para investigar crédito consignado
MELHORES PARLAMENTARES
Operação Compliance Zero
CÂMARA DOS DEPUTADOS
LINGUAGEM SIMPLES
Lula sanciona lei que proíbe linguagem neutra no serviço público
Linguagem simples
Entenda o que é linguagem neutra, proibida em lei sancionada por Lula