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ENTREVISTA
Congresso em Foco
25/9/2025 13:00
O senador Jorge Seif (PL-SC) defendeu o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em meio à repercussão das sanções impostas pelo governo de Donald Trump contra o Brasil e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista ao Congresso em Foco, Seif afirmou que Eduardo não pode ser responsabilizado pelo tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros anunciado por Washington. A medida tem causado prejuízo financeiro a diversos setores da economia nacional.
O catarinense minimizou a relação direta entre a atuação de Eduardo nos Estados Unidos e as medidas retaliatórias contra o Brasil. "Você acha que os Estados Unidos da América vão sancionar por causa dos lindos olhos azuis de Eduardo Bolsonaro, ou pelo lindo cabelo de Jair Bolsonaro?", ironizou.
Segundo ele, o deputado pediu apenas a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, em resposta ao que classifica como "abusos" cometidos pelo magistrado. A norma foi criada para penalizar autoridades estrangeiras, ou mesmo países inteiros, envolvidos em violações graves de direitos humanos. O governo de Donald Trump incluiu o ministro entre os sancionados em agosto, acusando-o de promover uma "caça às bruxas" contra Bolsonaro e seus aliados. Assim como Moraes, outros sete ministros tiveram seus vistos para os EUA cancelados.
Críticas ao STF e a Moraes
Seif aproveitou para endurecer os ataques ao Supremo e, em especial, ao ministro Alexandre de Moraes, relator de investigações sobre Jair Bolsonaro e seus aliados. "Alexandre de Moraes devia já estar afastado e provavelmente processado, devido aos crimes que ele cometeu. Crime contra jornalistas, contra Bolsonaro, decisões baseadas em convicções políticas dele", afirmou.
O senador sustentou que a insatisfação com o STF extrapola o campo bolsonarista, alcançando também setores do meio jurídico. "Advogados e magistrados dizem que quem estudou Direito no Brasil tem que rasgar os livros e começar do zero", disse, numa crítica ao que chama de decisões arbitrárias da Corte.
Segundo ele, senadores não têm coragem de abrir processo de impeachment contra ministros do Supremo porque se sentem intimidados e temem ser retaliados no julgamento dos processos a que respondem no tribunal.
Seif também admitiu as limitações da oposição no Congresso. Segundo ele, o PL não tem força suficiente para enfrentar o STF sem alianças mais amplas. O senador se refere à dificuldade para aprovar o impeachment de um ministro da Corte ou de avançar com a pauta da anistia. "Somos apenas 15 senadores", destacou. O parlamentar comentou ainda propostas em discussão sobre abertura de processos de impeachment contra ministros do Supremo.
"Eles sabem que extrapolam"
O senador sugeriu que até o próprio STF tem consciência de que estaria avançando além dos limites constitucionais. "Eles sabem que estão extrapolando, que deveriam fazer autocontenção, mas só escalam, só dobram a aposta", concluiu.
A fala de Jorge Seif ocorre no mesmo momento em que Eduardo Bolsonaro é apontado por críticos como articulador, nos EUA, de medidas de pressão contra autoridades brasileiras, movimento que, na avaliação de adversários, contribuiu para o agravamento da crise diplomática com Washington.
Eduardo em perigo
A semana começou tensa para Eduardo Bolsonaro. Um dos alvos das manifestações do último domingo (21) promovidas por críticos da chamada PEC da Blindagem e da anistia, o deputado virou alvo de denúncia da Procuradoria-Geral da República, na segunda-feira (22), por coação à Justiça no processo sobre a tentativa de golpe.
Nesta terça (23), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ignorou Jair Bolsonaro em seu discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O norte-americano elogiou o colega brasileiro, com quem se encontrou, segundo ele, por segundos, e anunciou que os dois conversarão na próxima semana.
Também nesta terça, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), barrou a manobra de aliados de Eduardo, que o indicaram para a liderança da Minoria na Casa. A indicação era uma forma de evitar que suas faltas, na condição de líder, fossem computadas. Como os líderes têm suas ausências abonadas, ele escaparia da perda de mandato por extrapolar um terço das faltas sem justificativa.
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