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INSS
Congresso em Foco
7/10/2025 15:15
Durante sessão da CPMI do INSS realizada nesta segunda-feira (6), o deputado Kim Kataguiri (União-SP) fez críticas aos depoentes investigados no esquema de descontos indevidos em benefícios previdenciários, ironizando o alto padrão de vida de alguns deles. Segundo o parlamentar, muitos dos investigados apresentaram patrimônio incompatível com a renda declarada.
"Eu acho que o Senado está perdendo receita, especialmente a TV Senado, com vários dos investigados e várias das testemunhas que vieram até aqui, porque é tanto empresário de sucesso, dá pra gente abrir um Shark Tank já e transmitir na TV Senado", afirmou o parlamentar. "É uma coisa assustadora", completou.
O Shark Tank é um programa de televisão criado nos Estados Unidos e exibido no Brasil desde 2016, no qual empreendedores apresentam suas ideias de negócio a investidores, os "tubarões", em busca de financiamento.
Kataguiri fez o comentário durante a oitiva do empresário Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti, ex-sócio do advogado Nelson Wilians, também investigado pela Polícia Federal por envolvimento nas fraudes que motivaram a criação da CPMI. O deputado criticou o fato de o depoente ter se recusado a responder perguntas e ironizou a suposta falta de preocupação com bens apreendidos.
"Estamos falando aqui com um sujeito que disse, em resposta ao relator, e não quer mais responder ninguém, que não se preocupou em saber quais de seus carros foram apreendidos pela Polícia Federal. Olha, primeiro que eu não tenho carro, mas se tivesse um carro e ele fosse apreendido pela Polícia Federal, eu buscaria imediatamente saber quais foram", disse Kataguiri.
Na sequência, o parlamentar citou o que chamou de "salto impressionante" no patrimônio do empresário: "Ainda mais um sujeito que tem uma Ferrari de 4 milhões de reais. O salto impressionante que teve também, de um patrimônio em 2017 de 100 mil reais pra, em 2025, ter BMW, Mercedes, Ferrari, Patek Philippe e 2 milhões de reais em vinho".
Encerrando a fala, Kataguiri ironizou novamente: "Eu nem saberia gastar 2 milhões de reais em vinho. Nem saberia que vinho comprar. No Carrefour ali, eu acho que não encontraria".
A CPMI
A CPMI do INSS foi instalada em junho de 2025 para apurar suspeitas de fraudes envolvendo descontos indevidos em benefícios previdenciários, especialmente através de associações e sindicatos que recolhiam mensalidades sem autorização expressa dos segurados. O plano de trabalho aprovado delimitou a investigação ao período entre 2015 e 2025 e definiu seis eixos de apuração, como mapeamento das irregularidades, responsabilização dos envolvidos, impacto ao erário e medidas preventivas.
Desde sua instalação, a CPMI já aprovou centenas de requerimentos de convocação, incluindo ex-presidentes do INSS, ex-ministros da Previdência e o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", apontado como operador central do esquema. Em recente depoimento, o "Careca do INSS" optou por não responder perguntas da relatoria, provocando embates e suspensão da sessão.
A comissão tem prazo inicial de 180 dias para concluir suas investigações, e o relatório final está previsto para ser apresentado até março de 2026.
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