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ELEIÇÕES
Congresso em Foco
18/10/2025 | Atualizado às 16:21
O ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes comunicou nessa sexta-feira (17) à direção nacional do PDT que está deixando o partido, ao qual esteve filiado desde 2015. Segundo informações confirmadas por interlocutores próximos, Ciro entregou uma carta de desfiliação ao presidente da sigla, Carlos Lupi, encerrando uma trajetória de quase uma década no partido que o abrigou em duas candidaturas presidenciais. Ciro Gomes voltará ao PSDB, partido pelo qual foi governador do Ceará na década de 90.
De acordo com o presidente do PSDB no estado, Ozires Pontes, Ciro vai se filiar na próxima quarta-feira. O ex-ministro também conversava com o Uniião Brasil, mas foi convencido a voltar à antiga legenda pelo ex-senador e ex-governador Tasso Jereissati (CE), um de seus amigos mais próximos.
Ciro vinha em litígio com o PDT e chegou a romper com o seu irmão, o senador Cid Gomes (PSB-CE). Ao contrário do irmão, Cid apoia tanto o governador Elmano de Freitas (PT) quanto o presidente Lula (PT).
Após tentativas frustradas de chegar à Presidência, Ciro deve concorrer ao governo do Ceará no ano que vem. "Em poucos dias, ou em poucos meses, o próprio Ciro Gomes vai estar anunciando a candidatura dele ao governo do estado do Ceará. O Ceará quer Ciro de novo", disse Ozires. O ex-ministro governou o estado entre 1991 e 1994.
Em agosto, Ciro participou em Brasília do evento que anunciou a federação entre União Brasil e PP, movimento interpretado como um sinal de aproximação com esse grupo político. No Ceará, o União Brasil já conta com a presença de um dos principais aliados de Ciro, o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, que também deixou o PDT neste ano.
Críticas ao PDT e distanciamento do governo Lula
Em declarações recentes, Ciro vinha demonstrando descontentamento com os rumos do PDT, especialmente após o partido aderir à base do governo Lula no plano federal e no Ceará. O ex-ministro chegou a afirmar estar "infeliz" com essa aproximação e criticou publicamente o tratamento dado a Carlos Lupi durante a crise no INSS, que resultou na demissão do pedetista do Ministério da Previdência.
Crítico habitual do governo petista, Ciro intensificou o discurso de oposição nos últimos meses, acusando o presidente Lula de "repetir os erros do passado" e de promover o que chama de hegemonia política artificial no campo progressista.
Da força nacional ao desgaste
A saída de Ciro marca o fim de um ciclo no PDT. Nas eleições de 2018, ele obteve 12,5% dos votos válidos, o melhor desempenho da legenda desde Leonel Brizola em 1989, e impulsionou o partido a eleger 28 deputados federais, a maior bancada em décadas.
Mas o cenário se deteriorou em 2022, quando o pedetista conquistou apenas 3% dos votos e a bancada do partido caiu para 17 deputados, seu pior desempenho desde a redemocratização.
Nos bastidores, pedetistas avaliam que a relação entre Ciro e Lupi se desgastou de forma irreversível após a campanha de 2022, marcada por divergências estratégicas e pela resistência do ex-ministro em apoiar Lula no segundo turno contra Jair Bolsonaro.
Veja o anúncio da filiação de Ciro ao PSDB feito pelo presidente estadual do partido no Ceará, Ozires Pontes:
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