"Vocês estão matando o mensageiro", diz depoente em CPMI do INSS

A ex-membro do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) Tonia Andrea Inocentini Galleti afirmou que existe um desencorajamento no Brasil contra denunciantes. "Vocês estão matando o mensageiro. Vocês tiram do cidadão a coragem de denunciar a corrupção, porque aí dá-se um jeito de colocar [entidades honestas no mesmo balaio desses picaretas]", disse. A fala ocorreu durante oitiva na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS nesta segunda-feira (20).

Galleti foi convidada pela CPMI para prestar depoimento sobre atuação no CNPS, quando sofreu bloqueio de denúncias e pedidos de regulamentação dos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com associações e sindicatos. O relator da Comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), direcionou perguntas à ligação da depoente com o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindinapi), onde atua como assessora jurídica.

"Eu fico muito indignada de verdade, vocês podem falar de uma série de coisas que eu vou responder, vou responder tudo, mas quando querem jogar sobre mim a peja de que eu sou ladra, de que eu roubei, de que eu não trabalhei, eu não vou admitir, eu vou até as últimas consequências para provar, e eu tenho documentos, Excelência."

Negócio de família

Ao ser questionada sobre o envolvimento de outros membros da sua família em empresas prestadoras de serviços ao Sindinapi, Galleti descartou a hipótese de se tratar de uma prática criminosa.

"A minha família trabalhou, tá bom, a gente pode falar, isso é uma certa imoralidade, 'ah, não deveria estar toda a família lá', mas isso não se trata de crime, porque tem trabalho nesse recheio entre contrato de prestação de serviço e nota fiscal emitida e valor recebido, cara, tem muito trabalho."