Primeira mulher a liderar o Japão, Takaichi mantém agenda conservadora

O Parlamento japonês escolheu nesta terça-feira (21) Sanae Takaichi como primeira-ministra, marcando a primeira vez que uma mulher assume o comando do governo no país. A política de 64 anos foi eleita líder do Partido Liberal Democrata (PLD) no começo de outubro e agora substitui Shigeru Ishiba, que deixou o cargo após sofrer duas derrotas eleitorais consecutivas.

Takaichi já ocupou a pasta de Assuntos Internos e da Segurança Econômica e defende políticas de políticas de estímulo fiscal para fomentar a economia, atualmente a quarta maior do mundo. Apesar de seu feito histórico, igualdade de gênero e diversidade não estão entre suas prioridades.

Com uma trajetória marcada pelo conservadorismo, Takaichi se opõe a medidas que ampliem os direitos das mulheres, defende a sucessão imperial exclusivamente masculina, rejeita o casamento entre pessoas do mesmo sexo e não apoia a possibilidade de casais adotarem sobrenomes diferentes.

Ela é considerada discípula do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, assassinado em 2022, e deve seguir parte de sua agenda, incluindo o fortalecimento das Forças Armadas, estímulos à economia e possíveis revisões da constituição pacifista. No entanto, sua capacidade de implementar essas medidas ainda depende da estabilidade de sua base política.

O novo governo deve contar com aliados de Taro Aso e outros parlamentares que apoiaram Takaichi durante a eleição interna do PLD. Ela assume o cargo com o desafio imediato de controlar a inflação e propor, até o fim de dezembro, medidas econômicas que atendam à população, que tem mostrado sinais de insatisfação.