Kim promete 'cambalhota de cueca' se PL Antifacção enfraquecer a PF

Durante a sessão que analisava o chamado "PL Antifacção", o deputado Kim Kataguiri (União-SP) protagonizou um dos momentos mais curiosos da noite, ao desafiar parlamentares contrários ao texto e afirmar que daria "cambalhota de cueca" caso alguém encontrasse, no projeto, qualquer dispositivo que retirasse recursos da Polícia Federal.

"Eu desafio qualquer um aqui a dizer uma linha do texto do Derrite que tira dinheiro da Polícia Federal. Se encontrar, eu dou cambalhota de cueca aqui na mesa diretora", declarou, arrancando reações no plenário.

Depois da reação dos colegas, o deputado seguiu em tom de brincadeira, rindo enquanto apontava que a própria aposta já tinha mobilizado a atenção dos colegas.

"Agora tem muita gente torcendo para ninguém encontrar", disse.

A proposta abordada no Plenário, relatada por Guilherme Derrite (PP-SP), endurece penas, amplia instrumentos de investigação e estabelece regras mais rígidas para líderes de facções, prevendo, por exemplo, cumprimento de pena em presídios federais e bloqueio de bens adquiridos por meios ilícitos. Apesar de ter origem no Ministério da Justiça, o texto foi alterado na Câmara e enfrentou resistência do governo, que tentou adiar a votação.

Kataguiri também aproveitou o palanque para acusar o Executivo e parlamentares governistas de disseminarem informações falsas ao afirmarem que o relatório reduziria verbas destinadas à Polícia Federal.

"O PT e o governo estão mentindo quando dizem que o relatório do Derrite tira dinheiro da Polícia Federal. É mentira, basta ler o texto."

Segundo ele, o projeto apenas determina que os valores obtidos em operações permanecerão com a força policial responsável por realizá-las: PF, polícia estadual ou ambas, em caso de ação conjunta.

O deputado reforçou que a divisão de bens apreendidos respeita o pacto federativo e corrige um desequilíbrio histórico. Ele também acusou parte da imprensa de ter "replicado mentiras" sobre o tema. Ao encerrar sua fala, Kataguiri afirmou esperar que, após a derrota dos destaques apresentados pelo governo, não fossem disseminadas "narrativas falsas" sobre o conteúdo aprovado.