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BRIGA NA RUA
Congresso em Foco
20/11/2025 | Atualizado às 15:44
O deputado estadual Renato Freitas (PT-PR) deu sua versão sobre a briga registrada em vídeos que circularam nas redes sociais na quarta-feira (19), no centro de Curitiba. Em uma série de declarações, o parlamentar afirmou que foi vítima de racismo e que só reagiu após ser alvo de agressões verbais e físicas. O caso gerou forte repercussão política no Paraná e em Brasília.
Freitas recebeu solidariedade de aliados - entre eles Edinho Silva, presidente nacional do PT - e críticas de adversários, especialmente parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
"O motivo é o mesmo desde que eu era criança"
Em vídeo publicado nas redes sociais, Freitas apareceu com o nariz fraturado e sangue no rosto. Ele afirmou que o episódio começou quando atravessava a rua acompanhado de uma amiga.
Segundo o deputado, um manobrista jogou o carro contra os dois "para dar um choque", em um movimento que ele interpretou como intimidação. Ao se aproximar para entender o que estava acontecendo, Freitas diz ter sido provocado com insultos.
"O motivo foi o mesmo que fez eu brigar na rua desde que eu era criança. Racismo, humilhação, injúria, violência, agressão. Eu não aprendi a abaixar a cabeça."
Ele relatou que o homem desceu do veículo e passou a filmá-lo, fazendo ofensas - inclusive chamando-o de "vereador do Psol", numa alusão que, segundo Freitas, revela motivação ideológica e racial.
"Ele estava me injuriando, falando várias palavras. Me chamou de vereador do Psol. Primeiro que sou deputado, segundo que sou do PT."
O parlamentar também afirmou que o homem se aproximou com outras pessoas filmando, o que, segundo ele, aumentou a hostilidade da situação.
"Ele tentou me dar um soco. A briga começou aí"
Freitas reconheceu que houve troca de agressões, mas disse que apenas reagiu após ser golpeado:
"Ele bateu comigo de peito a peito, tentou me dar um soco, e daí a briga começou. Eu dei uns chutes nele, ele me deu um soco - esse que quebrou meu nariz. Eu caí, levantei, continuei brigando até imobilizar."
Ele criticou o comportamento das pessoas ao redor, que só intervieram quando ele conseguiu dominar o agressor:
"Quando eu tava apanhando, tava suave. Quando eu imobilizei ele, aí apareceu todo mundo para separar."
A calçada do local da briga ficou marcada de sangue. Freitas foi atendido no hospital e passa bem.
Assessoria afirma que deputado foi provocado e agredido
Em nota, a assessoria de Freitas afirmou que o condutor do veículo iniciou "uma série de ataques verbais sem motivo aparente" e que o parlamentar reagiu após ser atingido no rosto.
"O homem jogou o carro em cima de nós. Depois veio atrás, filmando para criar views. Renato foi atacado e revidou."
O homem envolvido na briga trabalha na região central de Curitiba, onde o episódio ocorreu. Ainda não houve manifestação pública da defesa dele. Seu nome não foi divulgado.
Apoio de aliados e críticas da oposição
Edinho Silva, presidente do PT, saiu em defesa do deputdo estadual: "Renato Freitas é uma liderança reconhecida na luta antirracista. O que ocorreu é inadmissível e criminoso". O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) também se alinhou a Renato Freitas. "O preconceito não pode silenciar lideranças negras. Todo ser humano tem limites."
Parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro ironizaram o vídeo em que Freitas aparece caindo após receber um soco, publicando comentários como "levou uma extrema direita na cara".
Alep deve analisar caso; deputado chama representações de "oportunistas"
A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) confirmou que o episódio será analisado pelo Conselho de Ética, que terá até 90 dias para deliberar. Cinco representações por quebra de decoro já foram protocoladas. Freitas classificou as ações como "oportunistas".
Renato Freitas, liderança conhecida por pautas antirracistas e com grande presença nas redes (818 mil seguidores no Instagram), é graduado e mestre em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). O parlamentar foi eleito deputado estadual em 2022 com mais de 50 mil votos, após exercer o mandato de vereador em Curitiba.
Em 2022, o então vereador foi cassado por protestar dentro da Igreja do Rosário, no Largo da Ordem, em Curitiba, durante ato contra a morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, no Rio de Janeiro. A cassação foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal.
Freitas afirma que seguirá colaborando com as autoridades, mas reforça que não aceitará agressões motivadas por racismo.
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